Merenda escolar sem glútenFoto: Thamyris Mello
Prefeitura de Maricá testa alimento sem glúten na merenda escolar
Macarrão à base de farinha de aipim pode ser incorporado ao cardápio das escolas da rede municipal
Maricá - A Prefeitura de Maricá, por meio da Secretaria de Educação, avalia a inclusão de um novo item saudável e acessível na merenda escolar: macarrão parafuso feito com farinha de aipim, livre de glúten. A proposta foi testada nesta quinta-feira (20/03) por 120 alunos do Pré 2 ao 5º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal Jacintho Luiz Caetano, no bairro Caju.
A ação, realizada em parceria com a fábrica local Empório I Piatti, tem como objetivo ampliar a oferta de alimentos saudáveis na rede municipal, beneficiando, inclusive, alunos com restrições alimentares, como os celíacos. O macarrão de aipim substitui o glúten — proteína presente em grãos como trigo, centeio e cevada — e busca atender à crescente demanda por refeições mais nutritivas nas escolas.
Aproximação com a agricultura familiar
A diretora da escola, Ledir Barbosa da Rosa, destacou que a unidade já testa novos alimentos com os alunos, como mel, peixe e banana, todos provenientes da agricultura familiar local. Para ela, o envolvimento dos estudantes no processo de escolha da merenda tem impacto direto na aceitação e valorização da alimentação escolar.
“Ter a abertura para experimentar e opinar sobre os alimentos é algo muito democrático e positivo. Depois de 35 anos na rede, posso afirmar que a aceitação aumenta quando o aluno sabe que o alimento é saudável e produzido aqui mesmo, com ingredientes da nossa terra”, afirmou a diretora.
Suzy Clementino, proprietária da Empório I Piatti — especializada em farinhas funcionais e massas proteicas — está otimista com a resposta dos estudantes. A fábrica já fornece outros itens ao cardápio escolar, como biscoitos de batata-doce adoçados com passas. Ela também destacou a parceria com a Associação dos Agricultores de Maricá, que amplia o uso de ingredientes locais como aipim e batata-doce.
“Estamos prontos para atender toda a rede escolar. O movimento da agricultura familiar será fortalecido com esse projeto. Se temos produção, temos também como absorver e transformar essa matéria-prima em alimento de qualidade para nossas crianças”, destacou Suzy.
Aceitação será medida por alunos
De acordo com a nutricionista da Secretaria de Educação, Rosane Antunes, a escolha do formato do macarrão — do tipo parafuso — foi estratégica para facilitar a aceitação entre as crianças.
“O corte e a textura agradaram mais do que outros formatos como espaguete ou talharim. Após a degustação, faremos um teste de aceitabilidade. Se pelo menos 85% dos alunos aprovarem, o alimento poderá ser incluído no cardápio regular da escola”, explicou Rosane.
A pequena Lívia Monteiro, de 8 anos, aprovou a novidade. “Eu não gosto muito de aipim, mas o macarrão estava bem gostoso. Não tinha diferença nenhuma do outro”, contou. Já Milena Siqueira, também de 8 anos, ficou surpresa ao saber da origem do prato. “Não sabia que era de aipim. Estava muito gostoso!”, disse, animada.
A iniciativa faz parte do programa Bem Viver Alimentar, desenvolvido em parceria com o Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação de Maricá (ICTIM), e reforça o compromisso da cidade com a alimentação escolar saudável, inclusiva e sustentável.
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