Via Láctea - Reprodução
Via LácteaReprodução
Por REVISTA PLANETA

Rio - Normalmente “calmo”, o buraco negro no centro da Via Láctea expôs em maio alguns momentos diferenciados, informam astrônomos americanos e europeus. Naquele mês, clarões estranhos e ainda inexplicáveis foram vistos sendo emitidos do gigantesco objeto, denominado Sagitário A* e que tem massa quatro milhões de vezes maior que a do Sol. Nessas ocasiões, o brilho emitido foi 75 vezes maior que o normal.

As explosões incomuns de radiação infravermelha, mais poderosas do que jamais se viu antes, foram descritas em um artigo na revista “Astrophysical Journal Letters”. Os autores do texto afirmam que a chance de ver uma série de explosões sendo enviadas através da galáxia é muito baixa. Em uma noite, afirmam, é de apenas 0,3%; durante quatro noites sucessivas, como os pesquisadores testemunharam, é de menos de 0,05%.

No artigo, os cientistas especulam sobre o que poderia explicar o evento. Segundo eles, o buraco negro poderia ter ficado mais ativo, começou a acumular mais material ou um material diferente.

Outra possibilidade é que os atuais conceitos sobre buracos negros estão equivocados e que será preciso criar um novo modelo para explicá-los.

O clarão pode ter sido emitido quando a estrela S0-2 se aproximou do buraco negro, em 2018. Ele também pode ser o resquício da passagem de um objeto empoeirado denominado G2, em 2014. Na ocasião, os pesquisadores esperavam uma exibição emocionante, mas acabaram desapontados. Pode ser, no entanto, que o espetáculo apenas tenha sido adiado por cinco anos.

O Sagitário A* vai ser acompanhado ainda com mais atenção, afirmam os cientistas. O foco estará em possíveis mudanças em seu estado, a fim de entender melhor quais processos físicos podem explicar as modificações na sua aparência.

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