Reino Unido nega que escassez de vacinas vá frear desconfinamento
Reino Unido nega que escassez de vacinas vá frear desconfinamentoAFP
Por AFP
O governo britânico garantiu, nesta quinta-feira (18), que a anunciada redução no fornecimento de vacinas contra a covid-19 em abril não interromperá sua campanha de vacinação em massa, nem a desescalada progressiva do confinamento imposto desde o início do ano.
"Acreditamos que haverá alguns problemas de abastecimento nas próximas semanas, mas não há razão para se preocupar", disse o ministro de Governos Locais, Robert Jenrick, ao canal privado Sky News.
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"Continuamos no caminho para cumprir nossos objetivos" de oferecer uma primeira dose a todos com mais de 50 anos em meados de abril e a todos os adultos até o final de julho, afirmou, destacando que o calendário de desconfinamento não será afetado por esse problema "temporário" de abastecimento.
Em uma carta que vazou para a imprensa na quarta-feira, o serviço de saúde pública da Inglaterra advertiu os centros de vacinação sobre uma "redução significativa" nos suprimentos semanais a partir de 29 de março e por um mês, sem detalhar as causas, nem os fabricantes envolvidos.
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Segundo a imprensa britânica, o problema se deve a um atraso na entrega de entre 5 e 10 milhões de doses produzidas na Índia pelo Serum Institute para o laboratório britânico AstraZeneca.
"Há algumas semanas foram entregues cinco milhões de doses ao Reino Unido e tentaremos fornecer mais, mais à frente, em função da situação atual e das necessidades do programa de imunização do governo na Índia", explicou um porta-voz do Serum Institute na Índia.
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Já a AstraZeneca se limitou a emitir um breve comunicado, sem mencionar seus fornecedores internacionais: "Nossa cadeia de suprimento nacional no Reino Unido não está passando por qualquer interrupção e não há impacto em nosso calendário de entregas".
O Reino Unido, que já administrou uma primeira dose a 25,2 milhões de pessoas, metade de sua população adulta, usa as vacinas da e da para sua campanha em massa.
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Procurada pela AFP, a Pfizer garantiu que suas entregas de vacinas ao Reino Unido avançam "segundo o previsto" no primeiro trimestre.
"Nossa fornecimento geral previsto para o segundo trimestre se mantém sem alterações, e estamos nos preparando para continuar fornecendo vacinas para o Reino Unido, de abril a junho, de acordo com nossos compromissos contratuais", completou o fabricante.
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País mais atingido na Europa pela pandemia, com 126.000 mortos, o Reino Unido fechou todas as lojas não essenciais em 20 de dezembro. Também reforçou o confinamento após as festas de fim de ano, ao decidir não reabrir as escolas.
Os alunos começaram a voltar às salas de aula em 8 de março, iniciando uma desescalada bem gradual das restrições, que deve se estender até fim de junho.