Xuan e Mo foram encaminhados para o santuário de ursos de Ninh BinhReprodução
O casal de ursos Xuan e Mo, macho e fêmea respectivamente, vivia na escuridão total. A única luz a que tinham acesso era artificial e só era ligada quando os animais tinham que passar por dolorosos procedimentos de extração de bile, retirada para uso na medicina tradicional asiática e em produtos cosméticos.
Os animais maltratados foram resgatados em março pela insitituição de caridade animal Four Paws. Trabalhadores da organização disseram nunca terem visto pior situação de vida.
Mas na década de 1980, os fazendeiros começaram a extrair bile de ursos vivos, que muitas vezes eram mantidos em minúsculas ‘gaiolas de esmagamento’ ou com coletes de metal semelhantes a uma camisa de força. Os métodos de extração da bile incluem puncionar repetidamente a vesícula biliar com sondas, encaixar cateteres permanentes ou criar um orifício permanente ou ‘fístula’ de onde a bile pode ser drenada. Os procedimentos podem ser extremamente dolorosos se realizados sem anestesia e podem causar sofrimento prolongado ou infecção se os cateteres ou fístulas não forem tratados.
A prática é ilegal no Vietnã desde 1992, mas continua a ser legal na China – onde a bile de urso era até recomendada como cura para a Covid-19 no início da pandemia global. A bile de urso é usada em produtos cosméticos e na medicina tradicional no combate à febre, desintoxicação, inflamação, inchaço e no alívio da dor, devido aos seus efeitos positivos de cura.
Mas o ácido ursodeoxicólico (UDCA) encontrado na bile do urso foi substituído por alternativas à base de ervas e sintéticas desde a década de 1950, em vez de fazer os ursos passarem por uma ‘vida de agonia’ antes de morrerem nas fazendas.
Desde 2006, é proibido por lei no Vietnã caçar, capturar, possuir, matar, vender ou anunciar ursos ou produtos para ursos, embora não seja proibido possuir um urso registrado que era de sua propriedade antes de 2005.
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