A vice-presidente Kamala Harris e o presidente mexicano Andres Manuel Lopez Obrador chegam ao Palácio Nacional AFP

Por AFP
O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, recebeu nesta terça-feira (8) a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, para discutir a questão migratória, que se propõem a resolver tratando suas causas.
Harris, que chegou à Cidade do México na segunda-feira à noite, percorreu as ruas da capital até o Palácio Nacional, no centro histórico, em meio a um forte dispositivo de segurança e em um carro blindado.
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Trata-se da segunda e última etapa de uma viagem que a levou anteriormente à Guatemala, onde também discutiu com o presidente Alejandro Giammattei os desafios da migração irregular de pessoas.
"Estou muito feliz que a vice-presidente nos visite e vamos falar sobre a questão migratória, mas cuidando das causas nos fundamentos", disse López Obrador ao receber Harris no pátio central do Palácio Nacional, com os monumentais murais do pintor mexicano Diego Rivera ao fundo.
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Harris e López Obrador testemunharam a assinatura de um memorando de entendimento entre o México e os Estados Unidos para o desenvolvimento da região centro-americana do Triângulo Norte, composta por Guatemala, Honduras e El Salvador.
Após a recepção, López Obrador acompanhou Harris, vestida de terno e calça preta, até a sede da reunião.
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Ficar em casa
Harris disse que busca dar aos centro-americanos um sentimento de "esperança" e que trabalhará para que não sejam forçados a deixar seus países devastados pela violência e pela pobreza.
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"A maioria das pessoas não quer sair de casa, não quer deixar o lugar onde sua avó cresceu, o lugar onde ela reza, o lugar onde falam sua língua e sua cultura é familiar", disse ela na Guatemala.
Mas em entrevista à rede NBC, transmitida nesta terça, reconheceu que não há solução rápida para o problema da imigração irregular. "Não veremos um retorno imediato. Mas veremos progresso", apontou.
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Questionada sobre por que não foi à fronteira com o México, o ponto de trânsito para migrantes sem documentos, Harris disse que "é melhor abordar as causas profundas" do problema.
Desde que assumiu a presidência em dezembro de 2018, López Obrador ressaltou que para resolver o problema migratório seria necessário promover o desenvolvimento do sul do México e da América Central.
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Seu governo lançou um programa de reflorestamento na região vizinha, chamado Sembrando Vida, para o benefício dos agricultores locais.
O México viveu momentos de tensão durante o governo do ex-presidente republicano Donald Trump, que ameaçou impor tarifas ao seu vizinho do sul se não parasse as caravanas de centro-americanos que em 2018 e 2019 buscaram chegar aos Estados Unidos.
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López Obrador, que manteve um bom relacionamento com Trump, enviou grande parte da recém-criada Guarda Nacional para suas fronteiras norte e sul na tentativa de impedir e ordenar a passagem de pessoas sem documentos.
Mas com a chegada do democrata Joe Biden à presidência dos Estados Unidos, as políticas migratórias foram relaxadas, o que multiplicou as chegadas.
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Em abril, cerca de 178 mil prisões de imigrantes sem documentos foram registradas na fronteira com o México, principalmente de centro-americanos, o número mais alto em 20 anos, de acordo com autoridades americanas.
A oposição republicana acusa Biden de desencadear uma nova "crise" nos mais de 3.000 quilômetros de fronteira com o México.