Poucos países assumiram novos compromissos sobre clima, alerta ONU AFP

Apenas pouco mais da metade dos Estados apresentou seus novos compromissos em matéria de clima - disse com preocupação a responsável na ONU pelas questões climáticas, a mexicana Patricia Espinosa, que também pediu que se "reforce" a ambição dos planos apresentados.
Em virtude do Acordo de Paris de 2015 - que tem como meta manter o aquecimento "muito abaixo" de +2ºC e, se possível, de +1,5ºC em comparação com a era pré-industrial - cada um dos quase 200 signatários deveria apresentar, até o final de 2020, uma versão revisada dos seus compromissos assumidos na luta contra as mudanças climáticas. Estes compromissos foram intitulados "contribuição determinada em nível nacional" (CDN).
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Em função da pandemia da covid-19 e do adiamento de um ano da Conferência sobre o Clima COP26, em Glasgow, que será em novembro de 2021, muitos governos disseram que não vão cumprir o prazo.
A ONU havia fixado um novo prazo - até 30 de julho - de modo que os compromissos pudessem ser levados em consideração na avaliação global que será publicada antes da COP26. A conferência é considerada uma reunião crucial para o futuro do planeta.
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Até sexta-feira (30), porém, apenas 110 países haviam apresentado seus compromissos revisados.
Trata-se de um "avanço positivo" em relação a janeiro, mas "o novo balanço ainda está longe de ser satisfatório, já que apenas um pouco mais da metade das Partes (58%) cumpriu o prazo de corte".
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"O nível de ambição refletido nestes planos de ação nacional sobre o clima também deve ser reforçado", insistiu Espinosa.
"Espero, sinceramente, que a nova revisão dos esforços coletivos revele um panorama mais positiva", completou.
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"As recentes ondas de calor extremo, as secas e as inundações que estamos vendo em todo mundo são uma terrível advertência de que temos que fazer muito mais e muito mais rápido para mudar a trajetória atual", insistiu ela.
O relatório de fevereiro estimou que o impacto combinado das novas contribuições representará menos de 1% de redução das emissões de gases causadores do efeito estufa até 2030 (em comparação com 2010). Isso é muito longe dos 45% necessários para se manter abaixo de +1,5ºC, conforme especialistas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (ou IPCC, na sigla em inglês).
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A lista de países que apresentaram novas metas inclui os Estados Unidos, que retornaram para o Acordo de Paris logo que o presidente Joe Biden chegou à Casa Branca, e o Canadá. China, que se comprometeu com a neutralidade do carbono até 2060, ainda não entregou a sua, Índia e África do Sul, também não.