Governador de Nova York, Andrew CuomoAFP

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, anunciou que irá renunciar ao cargo nesta terça-feira, 10, após acusações envolvendo assédio sexual. O escândalo tem crescido nos últimos dias e, ao todo, 11 mulheres o denunciaram. "Acho que, dadas as circunstâncias, a melhor forma de ajudar agora é me afastar e deixa o governo lidar com o governo", disse Cuomo em um discurso ao vivo.

A renúncia de Cuomo entrará em vigor dentro de 14 dias e, em seu lugar, assumirá a democrata Kathy Hochul. Com isso, ela se tornará a primeira mulher a governar Nova York.
Ele afirmou que quer "se desculpar profundamente" com qualquer mulher que possa ter se sentido ofendida pelas suas ações. "Fui muito informal com as pessoas", disse. "Abraço e beijo as pessoas casualmente, as mulheres e os homens. Fiz isso por toda a minha vida".

"Na minha cabeça, nunca cruzei a linha com ninguém, mas não percebi até qual ponto a linha foi desenhada", disse.
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A investigação, detalhada em um relatório de 168 páginas, concluiu que Cuomo apalpou, beijou ou fez comentários sugestivos para mulheres, incluindo atuais e ex-funcionários do governo - uma delas policial estadual - e retaliou pelo menos uma mulher que o acusou de má conduta sexual. Cuomo nega qualquer irregularidade.

A renúncia de Cuomo marca a segunda vez em 13 anos que um governador de Nova York renuncia após um escândalo - em 2008 foi Eliot Spitzer que deixou o cargo por envolvimento com prostitutas.

Cuomo também se tornou o mais recente homem poderoso derrubado após a ascensão do movimento social #MeToo contra o abuso e assédio sexual que abalou a política, Hollywood, o mundo dos negócios e os locais de trabalho.

Sua renúncia poupou Cuomo de uma possível destituição do cargo por meio de um processo de impeachment na Assembleia estadual. Uma investigação de impeachment em andamento apenas prometeu se intensificar.
*Com informações da AFP