O dispositivo prevê o recebimento de 5 mil afegãos durante o primeiro anoAFP

Os talibãs "serão julgados por suas ações e não por suas palavras", afirmou o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, durante uma sessão no Parlamento dedicada ao Afeganistão.

"Julgaremos este regime com base nas escolhas que faz e por suas ações, não por suas palavras, por suas atitudes em relação ao terrorismo, ao crime e às drogas, assim como a respeito do acesso humanitário e aos direitos das meninas a receber educação", disse o chefe de Governo conservador para os deputados.

Boris Johnson, que espera que a comunidade internacional tenha um "ponto de vista unido" frente aos talibãs, conversou nos últimos dias com outros líderes europeus. Um encontro virtual do G7 está previsto para acontecer em breve.
"Estamos de acordo em que seria um erro para qualquer país reconhecer um novo regime em Cabul, de forma prematura, ou bilateral", defendeu Johnson. O primeiro-ministro disse que o Reino Unido retirou, até o momento, 306 cidadãos e 2.052 afegãos e que "outras 2 mil solicitações de afegãos estão sendo avaliadas".

Na terça-feira, o governo britânico anunciou a criação de um dispositivo para receber, "no longo prazo", cerca de 20 mil refugiados afegãos. Não foi divulgada uma data específica para a entrada da medida em vigor. A oposição denunciou a falta de generosidade do dispositivo, que prevê receber 5 mil afegãos durante o primeiro ano, principalmente mulheres, crianças e membros de minorias religiosas.

O governo já foi criticado por ter reduzido o montante de sua ajuda ao desenvolvimento em 2021, devido ao impacto da pandemia do coronavírus. Em entrevista à Times Radio, a ministra do Interior, Priti Patel, defendeu a posição do governo na matéria. Segundo ela, o número de 5 mil refugiados é uma meta que as autoridades "têm certeza de alcançar", mas não um "limite".

Este programa de acolhida de refugiados se soma ao que já foi implementado para receber afegãos que trabalharam para o Reino Unido e que facilitará a instalação de 5 mil pessoas no país até o final do ano.