OMS expressou seu otimismo diante da cooperação de Pequim para buscar a origem da covid-19AFP

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) expressou, nesta quarta-feira (18), seu otimismo diante da cooperação de Pequim para buscar a origem da covid-19, apesar de a China rejeitar a ideia de uma nova investigação em seu território.
"Estou convencido que nossos colegas na China estão completamente dispostos a cooperar nas investigações científicas necessárias para conhecer melhor a origem" do vírus, declarou o doutor Michael Ryan, encarregado da OMS para as emergências sanitárias.
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Essas declarações chegam após a rejeição, em 13 de agosto, das autoridades chinesas sobre o pedido da OMS para realizar uma nova investigação na China. Pequim pediu então uma visão "científica" e não "política" da investigação.
A OMS e o doutor Ryan pedem há meses que não se politize este assunto.
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"A política contaminou totalmente o ambiente. Trabalhamos muito duro nos bastidores para consolidar a confiança e para que as pessoas se comprometam com o processo científico", disse o alto responsável da OMS.
"Acredito que progredimos nesse âmbito, inclusive tenho que admitir que não é fácil devido à retórica que todos temos testemunhado nesses últimos meses", acrescentou.
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Os primeiros casos de coronavírus foram identificados no final de 2019 na cidade chinesa de Wuhan (centro). Desde então, o vírus se espalhou pelo mundo, deixando mais de 4,3 milhões de mortos até o momento.
Os cientistas enfrentam problemas para encontrarem sua origem. Pequim combate a hipótese de um vazamento de laboratório e não quer aparecer como responsável pela pandemia.
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Uma equipe de especialistas internacionais enviada pela OMS a Wuhan em janeiro de 2021 para realizar a "primeira fase" de seu estudo sobre a origem do vírus já elaborou um relatório conjunto com especialistas chineses.
Este estudo considera que a transmissão do vírus do morcego ao ser humano por meio de um terceiro animal é a versão mais plausível. Os especialistas consideraram no início do ano que é "extremamente improvável" que o vírus tenha surgido em um laboratório.
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Esta última hipótese, defendida por Washington em um contexto de rivalidade política com Pequim, foi recuperada nos últimos meses pela OMS, que pediu em 12 de agosto a todos os países, principalmente à China, que publicassem "todos os dados sobre o vírus". Um mês antes, a OMS pediu um controle dos laboratórios chineses.