OMS afirmou que os dados não demonstram a necessidade de administrar uma dose de reforço agoraAFP/Arquivos

Genebra - A Organização Mundial da Saúde (OMS) denunciou, nesta quarta-feira, 18, o avanço dos países ricos para a terceira dose da vacina anticovid e afirmou que os dados não demonstram a necessidade de administrar uma dose de reforço agora.
"Pensamos claramente que os dados atuais não indicam que as doses de reforço sejam necessárias", declarou a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, em coletiva de imprensa.
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A responsável explicou que é preciso "esperar que a ciência diga quando os reforços serão necessários, para quais grupos de pessoas e para quais vacinas".
Do ponto de vista "moral e ético", a cientista criticou que os países ricos administrem a terceira dose "enquanto o resto do mundo espera sua primeira injeção".
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Os Estados Unidos anunciaram, pouco depois de suas declarações, uma campanha de reforço das vacinas da Pfizer e Moderna no final de setembro devido à preocupação das autoridades com uma queda da proteção imunológica.
O órgão regulador de medicamentos dos EUA, a FDA, ainda precisar aprovar essa dose adicional.
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Israel já iniciou uma campanha semelhante para os idosos, apesar do pedido da OMS para uma moratória.
Injetar uma terceira dose agora é como "distribuir coletes salva-vidas extras para quem já tem um", enfatizou nesta quarta-feira o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan.
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O diretor-geral da organização da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu aos líderes para mirarem além dos "estreitos objetivos nacionalistas".
"Neste contexto, me surpreenderam as informações de que as vacinas da J&J fabricadas e embaladas na África do Sul saem do continente e vão para a Europa", acrescentou, pedindo ao laboratório para privilegiar a África.