Porta-voz do Pentágono, John KirbyAFP

Washington - Dois congressistas americanos que voltaram de Cabul questionaram o prazo de 31 de agosto para a retirada de Washington do Afeganistão, após uma viagem que desafiou as instruções oficiais e atraiu críticas da presidente democrata da Câmara, Nancy Pelosi.
"Eu fui ao aeroporto de Cabul com [o legislador republicano] Peter Meijer para observar as evacuações", tuitou o democrata Seth Moulton na terça-feira. Ambos são veteranos da guerra do Iraque.
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"Não estávamos cientes desta visita e obviamente não encorajamos esse tipo de visita VIP em meio a uma situação muito tensa, perigosa e mutante", disse o porta-voz do Pentágono, John Kirby, em entrevista coletiva nesta quarta-feira, 25.
A viagem foi efetivamente feita "em segredo", disse Moulton, acrescentando que os dois parlamentares "insistiram em partir em um avião que não estava lotado" para não ocupar o assento de alguém que pretendia evacuar.
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Peter Meijer e Seth Moulton voaram para o Oriente Médio por conta própria e, em seguida, voaram em um avião militar de um aliado dos EUA para Cabul, tudo sem coordenação com diplomatas ou o comando militar, relatou a imprensa americana.
No mesmo dia da viagem de Meijer e Moulton, Pelosi lembrou em um comunicado que "os Departamentos de Defesa e Estado solicitaram que os deputados não viajassem ao Afeganistão e à região durante esse período".
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Essa viagem "desviaria desnecessariamente os recursos necessários da missão prioritária, que é evacuar com segurança e rapidez americanos e afegãos em perigo do Afeganistão", disse ela, sem nomear os dois representantes no comunicado.
A imprensa noticiou nesta quarta-feira que a viagem enfureceu as autoridades da Casa Branca.
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"Depois de conversar com os comandantes em campo e ver a situação lá, é óbvio que, como começamos as evacuações muito tarde, não seremos capazes de retirar todos a tempo, nem mesmo até 11 de setembro", insistiu Moulton.
No entanto, o presidente Joe Biden confirmou em discurso na terça-feira que os Estados Unidos cumprirão o prazo de 31 de agosto, embora tenha enfatizado que o cumprimento dessa meta "depende" da cooperação do Talibã.