Latosha Clemons, primeira bombeira negra do município de Boynton Beach, na Flórida, nos Estados Unidos, processou a cidade em US$ 100 mil por difamação e negligência após a prefeitura local divulgar um mural que a retratava como mulher branca. As informações são do jornal Daily Mail.
Além de primeira profissional negra da categoria, Latosha também se tornou a primeira negra a ocupar o cargo de subchefe 20 anos após ingressar na instituição, em 1996.
Na ação, Clemons alega que "ser retratada como branca não era apenas uma falsa apresentação, era também uma representação que desrespeitava completamente tudo o que a primeira bombeira negra da cidade havia realizado". O documento alega, ainda, que Latosha sofreu "danos mentais, emocionais, dor e sofrimeno e danos à reputação pessoal e profissional".
Encomendado pela primeira vez pela prefeiura local em 2019, o mural foi apresentado no dia 3 de junho de 2020 no novo espaço do corpo de bombeiros da cidade. A arte não apenas retratou Clemons como branca, como também o ex-chefe dos bombeiros de Boynton, Glenn Joseph - negro que também foi representado como homem branco.
O mural foi retirado no dia seguinte após forte indignação do público local. Lori LaVerriere, gerente municipal de Boynton Beach, demitiu o gerente de artes públicas da cidade, Debby Coles-Dobay.
"Peço desculpas sinceramente por isso ter ocorrido e tomarei todas as medidas necessárias para garantir que isso nunca aconteça novamente", afirmou LaVerriere.
Em entrevista para o jornal Palm Beach Post, Clemons exigiu respostas sobre a produção do mural. "Estou ferida. Estou desapontada. Estou indignada. Tem sido meu coração, minha alma e minha força vital servir à comunidade onde cresci. Isso está além do desrespeito e basicamente quero saber por que isso aconteceu."
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