Manifestantes foram às ruas de cidades na Rússia em protesto contra a invasão na Ucrânia AFP
A organização afirma que pelo menos 1.391 pessoas foram detidas em 51 cidades, 719 delas em Moscou, onde a AFP testemunhou dezenas de detenções na praça Puskhin, no centro da capital russa.
A Rússia possui uma legislação severa para o controle das manifestações, que costumam culminar com muitas detenções. As autoridades russas ameaçaram nesta quinta-feira reprimir qualquer manifestação "não autorizada" relacionada à "situação tensa sobre política externa".
Vários ativistas pediram à população nas redes sociais para desafiar essa ordem e tomar as ruas, depois que o presidente russo Vladimir Putin lançou sua ofensiva contra a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira.
Cerca de 2.000 pessoas se reuniram na praça central Pushkin em Moscou e cerca de 1 mil na antiga capital imperial São Petersburgo, segundo correspondentes da AFP.
Os manifestantes na praça Pushkin gritavam: "Não à guerra!". "Estou em choque. Meus familiares vivem na Ucrânia", contou Anastasia Nestulya, em Moscou. "O que posso dizer a eles por telefone? Se vão ficar lá?", acrescentou esta mulher russa de 23 anos que, como muitos, afirma ter medo de protestar.
A invasão russa da Ucrânia ocorre ao mesmo tempo que uma repressão sem precedentes à oposição no país, com muitos de seus líderes mortos, detidos ou forçados ao exílio.
O opositor Alexei Navalny, preso desde janeiro de 2021, disse no tribunal, durante um novo julgamento que começou na semana passada, que rejeita a invasão.
"Esta guerra entre a Rússia e a Ucrânia está sendo travada para encobrir o roubo de cidadãos russos e desviar a atenção dos problemas que existem dentro do país, da deterioração da economia", disse ele, segundo um vídeo publicado pelo canal opositor Dojd.
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