Ucrânia amanhece com bombardeios e sirenes de guerraReprodução
"Não queremos passar pelo que eles estão passando nas montanhas do leste, acordando com sirenes e os russos bombardeando sua cidade", diz o ucraniano de 28 anos em um posto de gasolina em Záhony, do lado húngaro da fronteira.
A região ucraniana de Transcarpathia, isolada do resto do país pelas montanhas dos Cárpatos, é um mosaico de grupos étnicos no qual os húngaros são a maior população (130.000 pessoas).
"Por outro lado, há filas de uma hora para comprar gasolina, caixas eletrônicos de bancos estão vazios, como prateleiras de lojas", diz Szavla, que planeja ficar com amigos no leste da Hungria por um tempo.
"Tenho mulher e uma filhinha. Não quero que ela cresça sem pai", diz o profissional de marketing, que admite estar fugindo do recrutamento militar.
"Situação horrível"
Segundo a agência de notícias húngara MTI, "pelo menos 400 a 500 pessoas" cruzaram a fronteira a pé.
"A situação na Ucrânia é horrível, meus amigos e familiares ficaram em Kiev e em outras cidades próximas à fronteira", explicou Bogdan Khmenitski, um médico ucraniano de 33 anos, enquanto empurrava uma mala de volta para a Ucrânia.
"Decidimos abreviar uma viagem a uma conferência em Budapeste para ajudar na Ucrânia", disse ele à AFP junto com outros dois colegas médicos.
Eles esperam poder chegar a Kiev de carona.
"Depois do ataque de hoje, temos que levar em conta que haverá um número significativo de cidadãos ucranianos chegando à Hungria e possivelmente solicitando o status de refugiado", disse o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, em um vídeo nesta quinta-feira.
"Estamos prontos para atendê-los, somos capazes de enfrentar esse desafio de forma rápida e eficiente", acrescentou. Um mapa postado ontem na página de Orban no Facebook sugeriu que a Hungria pode ter que acolher 600.000 refugiados.
"Danos colaterais"
Várias centenas de ucranianos cruzaram a fronteira em Sighetu Marmatiei, de acordo com imagens de televisão.
"Muitos perguntam como chegar à Polônia ou à República Tcheca", diz o prefeito da cidade, Vasile Moldovan.
Segundo o ministro da Defesa, Vasile Dancu, a Romênia planeja abrigar os refugiados em seis ou sete regiões próximas à fronteira.
"Estamos preparados para administrar esse dano colateral" da invasão à Ucrânia, disse ele.
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