Milhares de pessoas tentam deixar a capital da Ucrânia, Kiev, pelos trens DANIEL LEAL / AFP
Nesta sexta-feira, o subsecretário-geral para assuntos Humanitários, Martin Griffiths, em entrevista coletiva, afirmou que os trabalhadores humanitários devem garantir a "proteção" ao levar ajuda à população "em todas as regiões da Ucrânia afetadas por conflitos".
A ONU estima que existam cerca de 100 mil pessoas deslocadas pelo conflito. "Esperamos mais 5 milhões ou mais" no futuro, disse Griffiths, que destacou que nem todas essas pessoas precisam necessariamente de ajuda humanitária.
Antes do início do conflito, a ONU ajudou cerca de 3 milhões de pessoas, principalmente no leste da Ucrânia, lembrou. Ele também especificou que, neste momento, todas as equipes do sistema da ONU ainda estão na Ucrânia, embora algumas pessoas e famílias não essenciais tenham sido evacuadas.
Ele também indicou que nos próximos dias haverá um pedido de fundos em Genebra para atender a uma "escala de necessidades" que deve estar "entre as mais altas". O impacto das sanções econômicas à Rússia no trabalho de organizações humanitárias está sendo avaliado com a Cruz Vermelha internacional, disse o funcionário.
O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 130 mortos e mais de 300 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.
A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronuncianmentos de diversos líderes espalhos pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.
A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarizaração e a eliminação dos "nazistas" , segundo o presidente russo.
Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan),
aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambiação de expandir o território ruso para aumentar o poder de influência na região.
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