Conflito entre Rússia e Ucrânia chega ao quinto dia. Países se reúnem para discutir cessar-fogoANATOLII STEPANOV / AFP

Moscou - Após cindo dias de conflitos, a delegação ucraniana chegou, nesta segunda-feira (28), ao local das negociações com a Rússia para exigir um cessar-fogo "imediato" e a retirada das tropas, anunciou a presidência da Ucrânia. A delegação ucraniana é liderada pelo ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, que está acompanhado pelo alto conselheiro da presidência, Mikhailo Podoliak.


"A delegação ucraniana chegou à área da fronteira Ucrânia-Belarus para participar nas negociações", informou a presidência em um comunicado. "A questão chave é um cessar-fogo e a retirada das tropas do território ucraniano", acrescenta a nota.

No quinto dia da ofensiva, Moscou afirma que deseja discutir um "acordo" com Kiev durante o diálogo desta segunda-feira, no momento em que a invasão parece encontrar mais resistência.

"Cada hora que o conflito de prolonga, cidadãos e soldados ucranianos morrem. Nós nos propusemos a chegar a um acordo, mas tem que ser do interesse das duas partes", declarou o negociador russo e conselheiro do Kremlin, Vladimir Medinski. 
Kremlin não quer revelar sua posição antes das negociações
O Kremlin não quer revelar sua posição antes das negociações que devem começar em breve com a Ucrânia, afirmou nesta segunda-feira o porta-voz do Kremlin.

"Não vou anunciar nossas posições. As negociações devem acontecer em silêncio", explicou Dmitri Peskov durante o encontro diário com a imprensa.

"Vamos deixar que os negociadores se estabeleçam", completou.

As delegações russa e ucraniana estão na região bielorrussa de Gomel, perto da fronteira com a Ucrânia, nas primeiras negociações desde o início da ofensiva determinada por Vladimir Putin na quinta-feira.

Kiev pretende exigir um cessar-fogo "imediato" e a retirada das tropas russas, anunciou nesta segunda-feira o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

"Cada hora que o conflito de prolonga, cidadãos e soldados ucranianos morrem. Nós nos propusemos a chegar a um acordo, mas tem que ser do interesse das duas partes", declarou o negociador russo e conselheiro do Kremlin, Vladimir Medinski.

O presidente Putin afirmou no início da ofensiva que pretendia "desmilitarizar" e "desnazificar" a Ucrânia, ao mesmo tempo que acusou Kiev de ter orquestrado um suposto "genocídio" da população de língua russa.
Entenda o conflito

O conflito na Ucrânia pela Rússia teve início nesta quinta-feira, 24, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar a entrada de tropas militares no país do leste europeu. A invasão culminou em ataques por ar, mar e terra, com diversas cidades bombardeadas, inclusive a capital Kiev, que já deixou mais de 198 mortos e mais de 1.115 feridos. Essa é a maior operação militar dentro de um país europeu desde a Segunda Guerra Mundial.

A ofensiva provocou clamor internacional, com reuniões de emergência previstas em vários países, e pronunciamentos de diversos líderes espalhados pelo mundo condenando o ataque russo à Ucrânia. Em razão da invasão, países como Estados Unidos, Reino Unido e o bloco da União Europeia anunciaram sanções econômicas contra a Rússia.

A invasão ocorreu dois dias após o governo russo reconhecer a independência de dois territórios separatistas no leste da Ucrânia - as províncias de Donetsk e Luhansk. Com os ataques, Putin pretende alcançar uma desmilitarização e a eliminação dos "nazistas", segundo o presidente russo.

Outros motivos de Putin pela invasão na Ucrânia se dão pela aproximação do país com o Ocidente, com a possibilidade do país do leste europeu fazer parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar internacional, e da União Europeia, além da ambição de expandir o território russo para aumentar o poder de influência na região.