Presidente da Rússia, Vladimir Putin, também culpou os 'batalhões nacionalistas' ucranianos de perturbar as operações de resgate e intimidar os civis que tentam evacuarMIKHAIL KLIMENTYEV / SPUTNIK / AFP

Moscou - O presidente russo, Vladimir Putin, acusou neste sábado (12) as forças ucranianas de "violações flagrantes" do direito humanitário e pediu a seu colega francês Emmanuel Macron e ao chanceler alemão Olaf Scholz que pressionem Kiev a acabar com elas.

Durante um telefonema com seus dois homólogos, Putin mencionou "assassinatos extrajudiciais de opositores", "tomada de reféns civis" e seu "uso como escudo humano", bem como a "distribuição de 'armas pesadas' em áreas residenciais, perto de hospitais, escolas e creches', de acordo com um comunicado do Kremlin.

Também culpou os "batalhões nacionalistas" ucranianos de "perturbar sistematicamente as operações de resgate e intimidar os civis que tentam evacuar" as zonas de combate.

"Vladimir Putin pediu a Emmanuel Macron e a Olaf Scholz a influenciar as autoridades de Kiev para por fim a estas ações criminosas", acrescentou o Kremlin.
Para Paris, o chefe do Kremlin espalhou "mentiras" ao mencionar "violações flagrantes" de direitos humanos por parte do exército ucraniano, que usaria civis como "escudos humanos", segundo Moscou.
Macron respondeu que "as exigências do exército russo devem parar" e que "violações" do "pior tipo" poderiam ser, "no sentido do direito internacional e sujeitas à investigação em andamento", qualificadas como "crimes de guerra".
A ligação, que começou por volta das 12h (08h em Brasília), terminou por volta das 14h, disse a presidência francesa, acrescentando que Macron já havia falado com Zelensky.
Em um vídeo divulgado pela presidência ucraniana, Volodimir Zelensky pediu aos líderes francês e alemão neste sábado que ajudassem a libertar o prefeito da cidade ucraniana de Melitopol, que segundo Kiev foi sequestrado no dia anterior.

Os três líderes já haviam falado por telefone na quinta-feira, em uma conversa em que França e Alemanha "exigiam à Rússia um cessar-fogo imediato".
Macron, que foi recebido por Putin no Kremlin em 7 de fevereiro, já se reuniu nove vezes por telefone com o líder russo, segundo a presidência francesa.

Reunidos em uma cúpula em Versalhes, perto de Paris, os europeus intensificaram a pressão sobre a Rússia na sexta-feira para encerrar sua ofensiva militar, ameaçando novas sanções "maciças" contra Moscou e anunciando um aumento no financiamento de armas para a Ucrânia.

Macron não descartou que a União Europeia possa tomar sanções significativas contra o petróleo e o gás russos no futuro, algo que foi descartado até agora devido ao custo significativo que acarretaria para os países europeus, altamente dependentes dos hidrocarbonetos russos.