Vladimir Putin afirmou que os objetivos do Kremlin sobre a Ucrânia serão alcançadosReprodução

Moscou - O presidente da Rússia, Vladimir Putin, parabenizou os soldados do seu país que lutam na Ucrânia e disse que a guerra é para salvar o território invadido das “forças nazistas”. A declaração foi feita nesta sexta-feira, 18, em um concerto que marca o oitavo aniversário da Península da Crimeia, anexada pelos russos em 2014. Uma multidão lotava o estádio Luzhniki, que sediou o evento, em Moscou.

"A Rússia já tinha feito tudo o que era possível para levantar a Crimeia. Sebastopol criou uma barreira contra os neonazistas, e as pessoas em Donbass também não concordaram com esse governo", disse o mandatário.

Durante seu discurso, Putin garantiu que os objetivos do Kremlin sobre a Ucrânia serão alcançados. "Nós nunca tivemos tanta força. Estamos sendo como um irmão de verdade protegendo o outro contra balas, com o próprio corpo", afirmou Putin, que continuou: “Sabemos o que precisamos fazer, como fazê-lo e a que custo. E cumpriremos absolutamente todos os nossos planos”.

De acordo com o mandatário, os combatentes que contribuem para a guerra, nomeada pelo governo russo de “operação especial”, representam a “unidade” do país.

Putin foi ovacionado por apoiadores, que pintaram seus rostos com as cores do país e levaram bandeiras russas. O evento contou ainda com shows ao vivo.
Transmissão interrompida
O discurso de Putin durante o comício era transmitido pela rede de televisão pública russa Rossiya-24 quando, de repente, uma falha técnica interrompeu a difusão no momento em que o presidente russo elogiava os soldados.

Para contornar a situação, a emissora começou a exibir outros momentos do evento, discursos oficiais e canções populares. A transmissão só foi retomada quinze minutos depois, com "delay".
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse às agências russas que a transmissão havia sido interrompida "por uma falha técnica em um servidor"

Pronunciamento de Zelensky

Também nesta sexta, pouco antes do comício russo, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, fez um pronunciamento, afirmando que seu país será membro da União Europeia.

"Nós vamos reconstruir tudo. Nós vamos ser membros da União Europeia. Nossa vida vai ser diferente", disse Zelensky.

Mortes na Ucrânia

Desde o início da invasão russa da Ucrânia, há três semanas, 222 pessoas, incluindo 56 civis, entre eles quatro crianças, morreram em Kiev. As informações foram divulgadas pela prefeitura da capital ucraniana nesta sexta-feira, 18.

Um total de 889 pessoas, incluindo 241 civis, também ficaram feridas na cidade desde o início da ofensiva, em 24 de fevereiro, afirmaram as autoridades locais no Telegram.

Entre os machucados estão 18 crianças, três motoristas de ambulância e um médico de emergência, segundo a Câmara Municipal, que também relatou danos em 36 edifícios residenciais e dez escolas.

Os militares ucranianos informaram que as tropas russas assumiram o controle de algumas áreas ao redor da capital, que esperam cercar completamente, embora seu avanço tenha parado por enquanto.

Kiev acusa as forças russas de realizar ataques quase diários em áreas residenciais da capital, na maioria das vezes ao amanhecer, uma tática denunciada pelas autoridades ucranianas como destinada a aterrorizar a população e desmoralizar aqueles que defendem a cidade.

Kiev tinha cerca de 3,5 milhões de habitantes antes da guerra, mas quase metade deixou a cidade desde o início da invasão, segundo estimativas das autoridades do país.
*Com informações da AFP