Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e presidente da Rússia, Vladimir Putin AFP

Washington - Os Estados Unidos impediram, nesta segunda-feira, 4, que Moscou pague suas dívidas com fundos depositados no sistema financeiro americano, como forma de aumentar sua pressão pela invasão da Ucrânia, informou o Departamento do Tesouro nesta terça, 5.
"A Rússia deve escolher entre sacar as reservas estimadas em dólares que lhe restam, conseguir novas receitas, ou cair em default", disse um porta-voz do Tesouro à AFP.
Washington tomou esta medida na segunda-feira, "data limite para que a Rússia efetuasse outro pagamento de sua dívida", afirmou.
A Rússia já enfrentou vários vencimentos de prazo desde o final de fevereiro, quando começou a invasão da Ucrânia.
Na segunda-feira, deveria terminar de pagar um título de US$ 2 bilhões emitido em 2012. É a única obrigação soberana russa com vencimento neste ano e a quantia a reembolsar excede todos os outros pagamentos de juros esperados em 2022. Se não pagar no período de graça de 30 dias, entrará em moratória.
O banco americano JPMorgan, que recebe pagamentos do banco central russo e os transmite ao Citigroup para distribuição aos credores, "recusou-se a lidar com dois outros pagamentos de dívida na segunda-feira, após consultar as autoridades americanas", segundo o Financial Times.
Nenhum dos bancos respondeu aos pedidos de comentários da AFP.
Os pagamentos da dívida haviam sido previamente isentos do bloqueio quase total da Rússia no sistema financeiro mundial, e Moscou fez muitos pagamentos a credores estrangeiros por meio de grandes bancos americanos.
Também foi permitido à Rússia receber pagamentos pelas vendas de gás e petróleo, mesmo com os EUA proibindo as importações dos combustíveis russos.
Nesta terça, porém, a Casa Branca advertiu que vai impor novas sanções ao presidente russo, Vladimir Putin, após as recentes denúncias de atrocidades na Ucrânia atribuídas à Rússia.
Esta medida por parte do governo americano "vai reduzir ainda mais os recursos de Putin para continuar sua guerra contra a Ucrânia e vai gerar mais incertezas e desafios para seu sistema financeiro", afirmou este funcionário do Tesouro, em uma declaração, na qual destacou que a Rússia "está enfrentando uma recessão, uma disparada na inflação (e) falta de bens básicos".
Essas sanções levantam temores de que Moscou não consiga honrar seus pagamentos e, portanto, enfrente um default.