Tanque ucraniano em Kiev, capital da UcrâniaAFP

O exército ucraniano afirmou nesta segunda-feira, 11, que se prepara para a "batalha final" no porto devastado de Mariupol, cidade do sudeste do país que está cercada pelas tropas russas há mais de 40 dias.

"Hoje será provavelmente a última batalha, pois a munição está acabando (...) É a morte para alguns de nós e cativeiro para os demais", escreveu no Facebook a 36ª brigada da Marinha, que integra as Forças Armadas da Ucrânia.

"Estamos desaparecendo pouco a pouco", completa a nota.

"Não sabemos o que acontecerá, mas pedimos que se lembrem (de nós) com uma palavra gentil", pediu a brigada aos ucranianos.

De acordo com a unidade, "durante mais de um mês estamos lutando sem munição, sem comida, sem água, fazendo o possível e o impossível".

Quase metade da brigada está ferida, segundo o comunicado.

Durante mais de 40 dias de intensos combates, "o inimigo nos fez recuar pouco a pouco (...) nos cercou e agora tenta nos destruir", explicou a brigada nesta segunda-feira, antes de lamentar a falta de ajuda "do comando do exército e do presidente" ucraniano Volodymyr Zelensky.
'Dezenas de milhares' de mortos
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse, nesta segunda-feira, 11, que acredita que há "dezenas de milhares" de mortos no porto sitiado de Mariupol, no sul do país, em uma declaração para o Parlamento da Coreia do Sul, a quem pediu ajuda militar.

Em uma aparição por vídeo, Zelensky afirmou que a Rússia "destruiu completamente" a cidade.

"Os russos destruíram totalmente Mariupol e a queimaram até reduzi-la a cinzas. Ao menos, dezenas de milhares de cidadãos de Mariupol devem ter morrido", disse o mandatário ucraniano aos legisladores sul-coreanos.

"Senhoras e senhores, vimos, muitas vezes, devastação dessa magnitude no século XX", afirmou em um pedido de assistência militar, desde aviões a tanques para "salvar as vidas de pessoas comuns".

Nesta segunda, o comando da Marinha ucraniana afirmou que se prepara para a "batalha final" em Mariupol, após um cerco de mais de 40 dias e esgotar suas munições, lamentando a falta de ajuda "do comando do exército e do presidente" Zelensky.

A Coreia do Sul entregou à Ucrânia quase 1 bilhão de wons (800.000 dólares) de armamento não letal, como capacetes e equipamentos médicos, indicou o ministério da Defesa da Coreia do Sul à AFP nessa segunda.