Pessoas passam por um prédio danificado no complexo militar-industrial da empresa Vizar, depois que o local foi atingido por ataques russos durante a noite, na cidade de Vyshneve, subúrbios do sudoeste de Kiev, na UcrâniaFADEL SENNA / AFP
O complexo industrial, localizado no distrito de Darnytsky e onde os tanques são principalmente fabricados, foi alvo de um ataque, segundo apuraram os jornalistas da AFP na manhã deste sábado. Um grande número de soldados e socorristas se reuniram no local, de onde saía uma grande fumaça.
Em Moscou, o Ministério da Defesa confirmou o ataque. "Armas ar-terra de longo alcance e alta precisão destruíram edifícios de uma fábrica de produção de armas em Kiev", disse o ministério em comunicado na rede Telegram.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, indicou no Facebook que não tinha informações sobre possíveis vítimas. "De manhã, Kiev foi bombardeada. Houve explosões no distrito de Darnytsky, nos arredores da cidade. Equipes de resgate e médicos estão trabalhando no local", disse ele.Klitschko mais uma vez pediu aos habitantes que deixaram a capital que não voltassem ainda e permanecessem em um "local seguro".
Os ataques russos a Kiev são raros desde o final de março, quando Moscou retirou suas tropas da capital e anunciou que estava concentrando sua ofensiva no leste da Ucrânia.
Ataque anterior
Algumas alegações de que um oficial militar ucraniano negou. "Uma tempestade impediu o resgate do navio e a evacuação da tripulação", disse Natalia Gumeniuk, porta-voz do comando militar do sul da Ucrânia.
"Estamos perfeitamente cientes de que eles não nos perdoarão", acrescentou, referindo-se à Rússia e a possíveis novos ataques.
A perda do "Moskva" é um duro golpe para a Rússia porque "garantiu cobertura aérea de outros navios durante suas operações, especialmente para o bombardeio da costa e manobras de desembarque", explicou o porta-voz da administração militar de Odessa, Sergei Brachuk.
Ataque nuclear
Mas em nota diplomática, a Rússia alertou os Estados Unidos e a Otan contra o envio de armas "mais sensíveis" para a Ucrânia, julgando que tais equipamentos militares colocam "combustível no fogo" e podem causar "consequências imprevisíveis", segundo o jornal Washington Post. A Casa Branca anunciou esta semana um novo pacote de ajuda militar de US$ 800 milhões que inclui helicópteros e veículos blindados.
A procuradoria ucraniana informou na sexta-feira que sete civis morreram e 27 ficaram feridos por disparos contra ônibus de evacuação nesta cidade, alvo de intensos bombardeios. Além disso, pelo menos dez pessoas foram mortas, incluindo um bebê de sete meses, em um ataque a uma área residencial desta cidade, disse o governador regional, Oleg Sinegubov.
Em Bucha, uma cidade perto de Kiev que se tornou um símbolo de atrocidades atribuídas às forças russas, 95% das pessoas encontradas mortas foram abatidas, disse o chefe de polícia da região de Kiev, Andrii Nebitov.
"Durante a ocupação (russa), as pessoas estavam sendo baleadas nas ruas... É impossível esconder esse tipo de crime no século XXI. Não só há testemunhas, mas também foi registrado em vídeo", disse ele.
O prefeito de Bucha, Anatoli Fedoruk, garantiu que mais de 400 corpos foram encontrados após a partida das tropas russas.
Ataques em Donbass
A Rússia, cuja anunciada grande ofensiva em Donbass ainda não começou, tem problemas para controlar totalmente Mariupol, um porto estratégico no Mar de Azov que permitiria ligar Donbass à península da Crimeia, anexada em 2014.
Esta cidade, sitiada por mais de 40 dias, pode ter o pior saldo de perdas humanas nesta guerra. As autoridades ucranianas temem que haja cerca de 20 mil mortos. Após semanas de cerco à cidade sitiada, as tropas russas encontram resistência especialmente na extensa área industrial da costa. A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, disse que quase 2,9 mil civis foram transferidos de Mariupol e da vizinha Berdyansk para Zaporizhzhia, controlada por Kiev.
Mais de cinco milhões de pessoas fugiram da Ucrânia desde o início da invasão russa, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
Durante uma visita à Ucrânia, David Beasley, diretor-executivo do Programa Mundial de Alimentos (PAM), que pertence às Nações Unidas, pediu acesso às áreas e cidades sitiadas, onde as pessoas estão "famintas".
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