Nuvens de fumaça acima da usina de aço Azovstal e os portões destruídos do estaleiro Azov, em Mariupol, na UcrâniaAFP

Kiev, Ucrânia - A Ucrânia propôs à Rússia dialogar junto ao grande complexo metalúrgico de Azovstal, em Mariupol (sudeste), onde estão entrincheirados alguns combatentes e civis ucranianos, numa cidade amplamente controlada pelas forças russas, anunciou a presidência ucraniana neste domingo (24).
"Convidamos os russos para uma sessão especial de diálogo ao lado da fábrica de Azovstal", disse um assessor do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Oleksiy Arestovich, indicando que estava "aguardando uma resposta" da delegação russa.
Anteriormente, outro assessor da presidência ucraniana, Mijailo Podoliak, havia lembrado no Twitter que o governo ucraniano exigia "uma trégua" em Mariupol para a Páscoa ortodoxa, que se celebra neste domingo, e "um corredor humanitário imediato para os civis" bloqueados na cidade portuária, bem como "um acordo para negociações especiais para troca de prisioneiros militares".
Os combatentes ucranianos continuam entrincheirados na grande fábrica Azovstal, sem comida e munição, além de "cerca de mil civis, mulheres e crianças" e "centenas de feridos", segundo o presidente ucraniano.
Vladimir Putin exigiu a rendição destes últimos combatentes e pediu ao seu exército para sitiar "a área para que nem sequer uma mosca possa passar".
A Rússia diz que está buscando "controle total" do sul da Ucrânia e da região leste de Donbass para ter uma ponte terrestre para a Crimeia, que Moscou anexou em 2014.
As negociações entre a Rússia e a Ucrânia para resolver o conflito estão paralisadas, disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, na sexta-feira. As últimas discussões, por videoconferência, não levaram a nenhum progresso aparente.
Na semana passada, o governo ucraniano descreveu as negociações com Moscou como "extremamente difíceis".