Otan demonstra otimismo em relação ao ingresso rápido da Finlândia e Suécia Vesa Moilanen / Lehtikuva / AFP
Convocados pelo secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, os representantes dos países membros da Otan se encontraram neste domingo em Berlim para debater as garantias de segurança à Suécia e à Finlândia. A reunião acontece depois que a Rússia reprovou os projetos de integração elaborados pelos países nórdicos e os ameaçou.
Para que Finlândia e Suécia sejam aceitas na aliança, todos os 30 membros devem votar a favor. No entanto, a Turquia não aceita a adesão dos Estados alegando que os dois "são redutos de várias organizações terroristas". Desde os anos 1970, os países recebem curdos, etnia que os turcos consideram inimigos. Além disso, a Suécia apoia o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), classificado como uma organização terrorista pela Turquia, União Europeia e Estados Unidos.
Diante da situação, o ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, afirmou que: "É absolutamente necessário haver garantias de segurança aqui. Eles precisam parar de apoiar organizações terroristas". Segundo ele, Suécia e Finlândia também devem encerrar as proibições de exportação de alguns de seus produtos do setor de defesa para a Turquia.
"Isso também não é populismo. Isso é claramente sobre o apoio de dois potenciais Estados-membros ao terrorismo, e nossas observações sólidas sobre isso são o que compartilhamos”, declarou o ministro.
Nesta segunda-feira (16), a Finlândia deve começar a examinar o projeto de adesão, que deve ser apoiado pela maioria do Congresso. Durante 75 anos, o país se manteve neutro em questões militares, mas depois da invasão russa à Ucrânia, a nação passou a apoiar a entrada no grupo, já que tem 1,3 mil quilômetros de fronteira com a Rússia.
Entre os demais membros da Otan, o ingresso dos países nórdicos é bem aceito. Uma das nações que apoiam a ideia é a Alemanha. "A Alemanha preparou tudo para que a formalização da ratificação seja rápida", disse a ministra alemã das Relações Exteriores, Annalena Bareback.
"Suécia e Finlândia não são apenas nossos parceiros, não apenas nossos amigos, eles são membros da família europeia há muito tempo", afirmou a ministra, que completou: "É por isso que vocês têm todo o nosso apoio para todas as decisões que estão tomando atualmente para sua própria segurança".
Mais cedo, o presidente da Finlândia, Sauli Niinisto, oficializou a candidatura do seu país ao grupo. Em breve, a Suécia, cuja população passou a apoiar a entrada na aliança após a guerra entre Rússia e Ucrânia, deve fazer o mesmo.
Antes de tomar sua decisão, o presidente finlandês conversou com o presidente russo Vladimir Putin. "A conversa foi direta e sem rodeios, aconteceu sem problemas. Evitar as tensões é considerado algo importante", contou Niinistö, que manteve contato frequente com o mandatário russo nos últimos anos. Em um comunicado, Putin afirmou que a entrada do país na Otan seria um “erro”, mas garantiu que o país não está em risco.
Neste sábado (14), a Rússia suspendeu as exportações de energia elétrica para a Finlândia alegando que o país não pagou suas dívidas.
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