Londres - Em face de um novo escândalo no alto comando do governo do Reino Unido, o primeiro-ministro Boris Johnson descartou nesta quarta-feira (6) a possibilidade de convocar eleições antecipadas. Após a revelação das acusações de assédio sexual o deputado Chris Pincher, 27 membros do governo conservador entregaram o cargo nos últimos dias.
"Realmente, não acho que ninguém neste país queira que os políticos se dediquem agora a fazer campanha eleitoral. E acho que precisamos continuar servindo aos nossos eleitores e nos ocupando dos temas, com os quais eles se preocupam", disse Johnson.
Nesta quarta-feira foi a vez da ministra da Justiça do Reino Unido, Victoria Atkins, renunciar e ampliar a debandada do governo. Em carta, ela revelou insatisfação e crescente preocupação com a forma como Johnson conduz o caso.
"Não posso mais fazer piruetas em relação aos nossos valores fraturados. Podemos e temos que fazer melhor do que isso", escreveu.
Além de Atkins, deixaram o gabinete os ministros de Finanças, Rishi Sunak; de Saúde, Sajid Javid; de Transportes, Laura Trott; e de Crianças e Famílias, Will Quince. A crise se agravou após um servidor confirmar que o primeiro-ministro britânico estava ciente das acusações quando promoveu o colega de partido. Após negar, Johnson, pressionado, pediu desculpas e admitiu o erro ao eleger Chris Pincher como vice-chefe da bancada do governo no Parlamento.
No centro da polêmica, Pincher é acusado de agir de forma inapropriada com um ativista do partido e um deputado. Em junho, teria ficado bêbado numa festa da militância conservadora e apalpado dois homens sem o consentimento deles.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.