Washington - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tinha o costume de jogar documentos na privada, e a Casa Branca acionou encanadores para desentupi-la em pelo menos duas ocasiões. É o que revelam fotografias recém-divulgadas de "Confidence Man", o próximo livro de Maggie Haberman, repórter do New York Times e colaboradora da CNN.
Nas imagens publicadas nesta segunda-feira, não está claro o conteúdo dos documentos nem quem os escreveu, mas Haberman e a imprensa americana afirmam que a caligrafia é idêntica à de Trump, que teria usado uma caneta Sharpie, sua preferida. Os rascunhos incluem o nome da deputada republicana Elise Stefanik, uma defensora de Trump.
Segundo Haberman, uma foto é de um banheiro da Casa Branca e a outra é de uma viagem ao exterior, ambas fornecidas por uma fonte da jornalista no governo do ex-presidente. Essa mesma fonte teria dito a Haberman que era muito comum Trump jogar documentos nas privadas e que os encanadores costumavam ser chamados para desentupi-las.
"Que Trump estava descartando documentos dessa maneira não era amplamente conhecido na Ala Oeste (onde fica o escritório da Presidência), mas alguns assessores estavam cientes do hábito, no qual ele se envolveu repetidamente", disse Haberman ao site Axios, que publicou as imagens em primeira-mão. "Foi uma extensão do hábito de Trump de rasgar documentos que deveriam ser preservados sob a Lei de Registros Presidenciais."
Em fevereiro, a CNN relatou que Trump costumava rasgar documentos, rascunhos e memorandos depois de lê-los, o que contraria as leis presidenciais de manutenção de registros. Segundo a emissora, quando viajava, o ex-presidente levava até rascunhos de tuítes não lidos a bordo do avião presidencial para revisá-los antes de descartá-los.
Em uma ocasião, Trump também perguntou se alguém da sua equipe gostaria de colocar à venda no eBay uma cópia de um discurso que ele acabara de fazer, de acordo com a CNN.
Trump negou todas as alegações e, em uma declaração dada ao Axios nesta segunda, seu porta-voz disse que a reportagem foi inventada.
"Você precisa estar muito desesperada para vender livros se fotos de papel em um vaso sanitário fizerem parte de sua campanha de marketing", afirmou Taylor Budowich. "Nós sabemos [que] há pessoas suficientes dispostas a inventar histórias como essa para impressionar a mídia, que está disposta a publicar qualquer coisa, desde que seja anti-Trump."
Investigações Em maio, promotores federais dos EUA deram início a uma investigação sobre denúncias de que Donald Trump teria usado de forma indevida documentos confidenciais do governo americano, que foram levados para a residência do ex-presidente no estado da Flórida, já depois de ter deixado a Presidência.
Pelas regras, os itens deveriam ter sido enviados para a administração dos Arquivos Nacionais dos EUA, e, quando os pesquisadores os analisaram, encontraram diversos documentos marcados como confidenciais, contendo informações relacionadas à segurança nacional.
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