Liz Truss é apontada como favorita à sucessão de Boris JohnsonInternet/Reprodução

A ministra britânica de Assuntos Exteriores e favorita a suceder Boris Johnson à frente do governo britânico, Liz Truss, disse neste domingo, 21, em entrevista ao tabloide The Sun que a perspectiva de uma recessão econômica não é inevitável.
"Ouvimos com muita frequência que vai haver uma recessão", disse Truss. "Não acredito que isto seja inevitável (...) Podemos gerar oportunidades aqui no Reino Unido", assegurou a ministra e favorita a liderar o Partido Conservador.
Adversária do ex-ministro das Finanças Rishi Sunak, Liz Truss diverge dele especialmente em como agir diante de um contexto econômico e social particularmente tenso, com uma inflação superior a 10% e greves em diversos setores.
A encarregada das Relações Exteriores promete reduzir impostos de imediato, ao invés de dar ajuda financeira direta às camadas da população mais afetadas pela inflação, o que provocou críticas de Sunak e seus aliados.
Nesta disputa, Sunak recebeu o apoio de Michael Gove, personalidade proeminente dos conservadores britânicos que ocupou várias pastas ministeriais.
No sábado, 20, Gove acusou Truss de viver "desconectada da realidade" com suas propostas para combater os efeitos da inflação. "Preocupa-me profundamente que o tom do debate sobre a liderança tenha representado no caso de muitos uma desconexão da realidade", escreveu Gove em um artigo publicado neste sábado, 20, no The Times.
"A resposta para a crise resultante da carestia de vida não pode se limitar a rejeitar mais ajudas financeiras e a reduzir os impostos", acrescentou Gove, que trabalhou onze anos no governo com três primeiros-ministros.
Segundo ele, as reduções de impostos propostas por Truss "favoreceriam os ricos" e as grandes empresas, em detrimento dos pequenos empresários e dos mais precários.
Os militantes do Partido Conservador, cerca de 200 mil, têm até 2 de setembro para eleger seu novo líder em uma votação por correio.
Como o partido tem maioria parlamentar, o vencedor assumirá a liderança do Executivo e sucederá Johnson, que renunciou no início de julho encurralado por vários escândalos e uma rebelião interna.
O anúncio do resultado da votação será anunciado no dia 5 de setembro.