Nicolás MaduroAFP

O governo venezuelano denunciou nesta quinta-feira (22) a "destruição" da estatal venezuelana de fertilizantes Monómeros, localizada na Colômbia. Há três anos o controle da empresa estava sob o poder do líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó.
Segundo o ministro do Petróleo, Tareck El Aissami, a estatal é atualmente "um cemitério de ruínas, totalmente devastado, com zero por cento de capacidade de produção". Ele também enfatizou que tudo havia sido destruído após mostrar imagens de válvulas enferrujadas, galpões deteriorados e áreas de armazenamento "desmoronadas".
Na segunda-feira, 19 de setembro, o governo do presidente colombiano, Gustavo Petro, devolveu o controle de Monómeros ao governo Maduro após o restabelecimento das relações entre os dois países, rompidas desde 2019, quando o então presidente da Colômbia Iván Duque reconheceu Guaidó como presidente interino da Venezuela.
O ministro também afirmou que, desde terça-feira, o governo do Maduro tem controle absoluto da usina de Monómeros e que, atualmente, ela está sob o controle dos "legítimos acionistas", a Pequiven.
A petroquímica Monómeros, adquirida pela Venezuela em 2006 durante o mandato do falecido ex-presidente Hugo Chávez, contribuía com 37% dos insumos destinados à produção agrícola na Colômbia.
Após a reeleição de Maduro em 2018, questionada pela oposição e parte da comunidade internacional, o líder parlamentar Guaidó foi reconhecido como presidente interino da Venezuela em fevereiro de 2019, recebendo do governo colombiano o controle da empresa.
El Aissami apontou Guaidó, seu mentor Leopoldo López e o ex-presidente Duque como responsáveis pela "devastação" de Monómeros. De acordo com ele, 23 dos diretores indicados por Guaidó que "usurparam" funções e são apontados por um "complô de corrupção" em Monómeros tiveram seus nomes entregues à Interpol.
Eles são acusados de um complô para quebrar e em seguida vender a empresa. Em 2021, o sindicato da empresa denunciou um contrato, anulado após o escândalo, para transferir 60% dos lucros para uma empresa privada panamenha, além de pagamentos por uma "assessoria" que seria "desnecessária".
Partidos da oposição venezuelana como o Primeiro Justiça (PJ) ou o Ação Democrática (AD) se distanciaram de Guaidó nessa questão.