Ian derrubou árvores, postes de energia elétrica, e arrancou diversos telhados Adalberto Roque/AFP

O furacão Ian atravessou o oeste de Cuba na madrugada desta terça-feira, 27, deixando árvores e postes caídos e telhados arrancados. O fenômeno foi classificado como categoria três na escala de cinco de Saffir-Simpson e ventos de mais de 200 km/h. Até o momento, vítimas não foram registradas. 
A tempestade, que começava a entrar no Atlântico rumo à Flórida, tocou a terra em La Coloma às 4h30 locais, na costa sul da província de Pina de Río. Às 09h locais (10h em Brasília), o centro do ciclone estava "sobre a costa norte de Pinar del Río, nas imediações de Puerto Esperanza", informou o Instituto de Meteorologia de Cuba (Insmet). 
Nas próximas horas ele "manterá seu rumo ao norte, transitando gradualmente sobre o sudeste do golfo do México, se afastando do centro do território cubano", acrescentou o instituto. Cerca de 40 mil pessoas foram retiradas de suas casas em Pinar del Río até a madrugada de terça-feira. Alguns minutos antes do furacão tocar o solo em Cuba, o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos informou que a tempestade registrava ventos de 185 quilômetros por hora, com rajadas até 200 km/h.
"Desolação e destruição. Vivemos horas de terror. Aqui não sobrou nada", disse um homem de 70 anos, morador de Pinar del Río, a um jornalista da televisão local, que divulgou o vídeo nas redes sociais. Em uma tenebrosa noite também na vizinha Artemisa, os moradores ficaram sem energia elétrica, cortada preventivamente, mas também por causa dos danos a 315 circuitos nesta região, segundo um funcionário do setor.
Na capital foram registradas chuvas e fortes ventos. O prefeito de Havana Velha, Alexis Acosta, reportou dois deslizamentos parciais entre as construções centenárias que muitas vezes cedem às chuvas devido à situação precária em que se encontram. "O som era ensurdecedor", disse uma jornalista da televisão estatal.
Os meios locais mostraram imagens das casas em Pinar del Río, muitas sem telhado, alagadas e com objetos destruídos. Ian arrasou as plantações do município de San Juan y Martínez, importante produtor de folha de tabaco, apesar das tentativas dos agricultores de proteger seus cultivos.
No estado da Flórida, sul dos Estados Unidos, os moradores também se preparam para a chegada do furacão, após um alerta do NHC. O governador local, Ron DeSantis, declarou estado de emergência em 67 condados e as autoridades se preparam para a passagem do furacão, que deve provocar cortes de energia elétrica.
Ian "trará fortes chuvas, ventos fortes, inundações repentinas, tempestades... ao longo da costa do Golfo da Flórida", afirmou DeSantis nesta segunda-feira em entrevista coletiva em Tallahassee. Ele acrescentou que quase 5.000 membros da Guarda Nacional se uniram aos 2.000 soldados do Tennessee, Geórgia e Carolina do Norte para ajudar a combater o ciclone.
Em cidades como Miami, Fort Lauderdale e Tampa, as autoridades começaram a distribuir sacos de areia entre os moradores para reforçar a proteção contra as inundações. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou estado de emergência na Flórida, o que permite liberar fundos de ajuda federal.