O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia e ex-presidente do país, Dimitri Medvedev, fez nesta terça-feira, 27, a ameaça mais contundente sobre o direito de Moscou de usar armas nucleares contra a Ucrânia.
O Secretário do Conselho de Segurança encabeçado pelo presidente russo, Vladimir Putin, disse que "se uma ameaça à Rússia se elevar acima de um certo nível de perigo, teremos de responder sem pedir o consentimento de ninguém ou fazer longas consultas", acrescentando que "isso certamente não é um blefe".
Medvedev é um dos aliados mais próximos de Putin e é amplamente visto como um "porta-voz" das visões do presidente russo. A Ucrânia e países do Ocidente têm minimizado eventuais comentários do Kremlin sobre uso de armas nucleares classificando-as como "tática de medo".
Medvedev insistiu que o direito de usar armas nucleares está em linha com a doutrina russa de dissuasão nuclear, que estabelece que armas do tipo podem ser utilizadas se o país sofrer um ataque nuclear ou em caso de agressões com armas convencionais que "ameaçam a própria existência de nosso Estado".
A declaração subiu o tom das ameaças feitas pelo presidente do país, Vladimir Putin, em pronunciamento televisionado na quarta-feira, 21. Na ocasião, o chefe do Kremlin decretou a primeira mobilização do país desde a Segunda Guerra Mundial. A intenção é convocar 300 mil cidadãos — com experiência militar — para a guerra contra a Ucrânia.
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