Usina nuclear de ZaporizhzhiaReprodução
No entanto, o presidente Vladimir Putin assinou um decreto na quarta, nacionalizando as instalações e passando formalmente o controle da usina a engenheiros russos. De acordo com a reivindicação de Putin, uma vez que as instalações agora estão localizadas em território russo — ao menos na ótica de Moscou — ela também deve ficar sob o controle russo.
"O governo deve garantir que as instalações nucleares da usina (...) sejam aceitas como propriedade federal", diz um trecho do decreto assinado pelo presidente russo.
Autoridades ucranianas criticaram a decisão, classificando o decreto de Putin como "nulo", "sem valor", "absurdo" e "inadequado". O diretor da empresa de energia estatal da Ucrânia, Petro Kotin, afirmou que "todas as decisões sobre a operação da estação serão tomadas diretamente no escritório central da Energoatom", embora não tenha deixado claro como isso será possível, uma vez que o domínio militar do território ainda é russo.
A chancelaria ucraniana pediu que o G-7 impusesse novas sanções à empresa estatal de energia nuclear da Rússia, a Rosatom, e fez um apelo para que os países-membros da AIEA limitem a cooperação com a Rússia.
Em um comunicado na quarta-feira, Rafael Grossi, afirmou que estava viajando para Kiev para discutir o status da usina e que planeja fazer uma viagem à Rússia para discutir o assunto, mas não especificou quando. Novas informações devem ser fornecidas nesta quinta-feira, 6.
A agência internacional enviou dois funcionários para a região em setembro para avaliar independentemente a segurança da instalação, e solicitou o estabelecimento de uma zona de proteção ao redor da usina — Grossi chegou a dizer no mês passado que havia negociações ativas com a Ucrânia e a Rússia para encerrar as ações militares dentro e ao redor da usina, embora tenha dado poucos detalhes.
Separadamente, na quarta-feira, o AIEA comunicou que tem informações de que a usina planeja reiniciar um de seus seis reatores. Em setembro, o último reator em operação foi desligado por questões de segurança, enquanto os combates continuavam nas proximidades. A usina, em plena operação, fornecia cerca de um quinto do fornecimento de eletricidade da Ucrânia.
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