Secretário-geral da Otan, Jens StoltenbergReprodução

O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Jens Stoltenberg, disse nesta terça-feira, 11, que os ataques de mísseis feitos pela Rússia em várias cidades da Ucrânia representam um "sinal de fraqueza", já que as tropas russas estão sendo derrotadas.

"Acredito que o que vimos ontem (segunda-feira, 10) é, na verdade, um sinal de fraqueza, porque a realidade é que não conseguem avançar, a Rússia está realmente perdendo o campo de batalha", disse o norueguês Jens Stoltenberg.

Na visão do secretário-geral, as tropas russas "estão cedendo território pois não têm a capacidade de deter o avanço das forças ucranianas".

"O jeito que podem responder é por meio de ataques desordenados contra cidades ucranianas, atingindo civis e infraestrutura crítica", acrescentou ele.

Stoltenberg acrescenta que a aliança militar dobrou sua presença naval no Mar Báltico e no Mar do Norte, onde são relatados vazamentos de gás nos gasodutos Nord Stream 1 e 2, que ligavam a Rússia à Alemanha.
Os governos da Suécia e Noruega investigam o ocorrido nesses gasodutos. O membro da Otan disse nesta terça que foi "sabotagem", mas a aliança não atribui responsabilidades formais pelo ocorrido.

A Otan realizará na quarta-feira, 12, uma reunião de nível ministerial para revisar seu nível de preparação nuclear, após a Rússia ameaçar defender seu território com armas atômicas. "Não vimos nenhuma mudança na posição da Rússia, mas continuamos em alerta", expressou Stoltenberg.

Na próxima semana a organização realizará seu exercício anual de dissuasão nuclear, chamado Steadfast Noon. Uma operação que o representante chamou de "treinamento de rotina".
Na segunda, a Rússia lançou de suas bases, terrestres e marítimas, ataques de mísseis contra vários alvos da Ucrânia, como instalações militares e de infraestrutura.

A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Ravina Shamdasani, pontuou que esses ataques deixam pelo menos 12 civis mortos e mais de uma centena feridos.

Esses ataques intensos da Rússia ocorreram após uma explosão que destruiu parcialmente uma ponte construída para conectar o país à península da Crimeia, um símbolo da anexação do território pelos russos em 2014.

O exército ucraniano e os serviços especiais de Kiev (SBU) não confirmaram nem negaram seu envolvimento na explosão.