Líderes talibãs afirmam que controlam a segurança e minimizam os incidentes no Afeganistão AFP

O Tribunal Penal Internacional (TPI) autorizou seu promotor nesta segunda-feira (31) a continuar as investigações das atrocidades cometidas no Afeganistão, afirmando que o governo do Talibã, que voltou ao poder em Cabul, "não mostrou interesse" em realizar uma investigação nacional sobre os crimes de guerra.
"Os elementos transmitidos pelo Afeganistão não mostram que o país investigou ou está investigando o assunto de forma que justifique um adiamento parcial dos trabalhos do Tribunal", anunciou o TPI em comunicado, que, portanto, "autorizou a Promotoria a retomar a investigação" dos crimes de guerra cometidos no território.
"As autoridades afegãs não demonstram interesse em prosseguir com o pedido de adiamento que apresentaram em 26 de março de 2020", explicou.
No início de 2020, o governo afegão, agora deposto, pediu ao TPI, com sede em Haia, que suspendesse suas investigações para dar a Cabul a chance de administrar a sua própria. No entanto, com o retorno do Talibã ao poder em agosto de 2021 o movimento não continuou.
Em 2006, o Tribunal Penal Internacional lançou uma primeira investigação sobre supostos crimes de guerra cometidos pelos talibãs e forças dos EUA no Afeganistão. Porém, o promotor Karim Khan anunciou em 2021 que retiraria as ações dos EUA da investigação, argumentando que os "piores crimes" foram cometidos pelo Talibã e pelo grupo Estado Islâmico.
O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, investiga e, quando procede, julga os acusados dos crimes mais graves que afetam toda a comunidade internacional - genocídio, crimes de guerra e crimes contra a humanidade - quando os tribunais nacionais não podem ou não querem fazê-lo.