Preocupação com a situação do preso político egípcio Alaa Abd el-Fattah chega a COP27IMAGEPLOTTER/ALAMY
O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, havia alertado que o caso desse ativista pró-democracia britânico-egípcio, de 40 anos, era uma prioridade para seu governo.
O presidente da França, Emmanuel Macron, por sua vez, garantiu que o líder egípcio se comprometeu a preservar a saúde de El-Fattah e disse que espera ver "resultados nas próximas semanas e próximos meses".
O porta-voz de Al-Sisi confirmou as conversas com os dois governantes europeus, mas não deu mais detalhes sobre seu conteúdo.
Já o chefe da diplomacia do Egito, Sameh Choukri, presidente da COP27, afirmou à emissora CNBC que o ativista "conta com todos os cuidados necessários na prisão".
Os familiares do prisioneiro, no entanto, rechaçam essas alegações. Sua irmã Sanaa Seif, que esteve na conferência, realizou múltiplas entrevistas e reuniões com autoridades.
"Não resta muito tempo"
Nesta segunda-feira, três jornalistas egípcias anunciaram que começaram também uma greve de fome para exigir sua libertação.
"Paramos de nos alimentar porque Alaa Abd el-Fattah está em risco de morte", explicou à AFP Mona Selim, que protagonizou um protesto no sindicato de jornalistas do Cairo junto com Eman Ouf e Rasha Azab.
As três pedem "a libertação de todos os prisioneiros de consciência", os quais há mais de 60 mil no Egito, segundo as ONGs.
A secretária-geral da Anistia Internacional (AI), Agnès Callamard, insistiu no domingo na necessidade de liberar El-Fattah o quanto antes. "Não resta muito tempo [antes que ele morra], no máximo 72 horas", declarou.
Em Beirute, uma manifestação em frente à embaixada britânica reuniu cerca de 100 pessoas.
"Alaa é um símbolo no mundo árabe", disse a jornalista e ativista Diana Moukalled, segurando uma foto do ativista com o lema #FreeAlaa. "Ele encarna a luta do mundo árabe contra os regimes autoritários há 12 anos.",
Ele ficou conhecido durante o movimento sindical Kefaya nos anos 2000. Também participou da revolução de 2011 que levou à queda de Hosni Mubarak e das marchas contra o Mohamed Morsi e Al-Sisi.
Segundo a AI, desde que o Egito reativou sua comissão de indultos presidenciais em abril, 766 prisioneiros de consciência foram libertados, mas outros 1.540 foram detidos.
O país norte-africano ocupa a posição 168º de 180 na classificação de liberdade de imprensa de 2022 da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF).
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