'Nossas forças estão se preparando', diz Volodimir ZelenskiAnatolii Stepanov/AFP

Kiev - As autoridades ucranianas afirmaram nesta segunda-feira, 28, que preveem uma nova onda de bombardeios por parte da Rússia nesta semana. A antecipação acontece após os ataques contra infraestruturas críticas que provocaram cortes de água e de energia elétrica, inclusive na capital Kiev.
"É muito provável que o início da semana seja marcado por um ataque deste tipo", declarou a porta-voz do comando sul do exército ucraniano, Natalia Gumeniuk. Ela disse que um navio russo com mísseis foi observado no Mar Negro.
Segundo a Marinha ucraniana, onze navios de guerra da Rússia, incluindo o porta-mísseis, estão atualmente nas águas da costa da Ucrânia. Outros estão no Mar de Azov e no Mediterrâneo, com um total de 76 ogivas que podem ser disparadas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, advertiu na noite deste domingo, 27, que "a semana que começa pode ser tão difícil como a anterior", marcada por bombardeios. Estes, em larga escala, provocaram grandes cortes de energia elétrica e água no momento em que o país registra temperaturas próximas de zero.
"Nossas forças estão se preparando. Todo o Estado está se preparando. Imaginamos todos os cenários, inclusive com os aliados ocidentais", acrescentou Zelensky, antes de pedir aos compatriotas que prestem atenção aos alertas antiaéreos.
Zelensky também destacou uma situação "muito difícil" na frente de batalha, em particular na região de Donetsk, leste do país, onde os combates se concentram desde a retirada das forças russas da região de Kherson (sul).
Segundo o balanço diário da Presidência ucraniana, quatro civis morreram e onze ficaram feridos nas últimas 24 horas no país. Em Nova Kakhovka, uma cidade ocupada pelos russos perto de Kherson, um civil foi morto e outro ferido em um bombardeio ucraniano na madrugada de domingo para segunda-feira, disse a administração pró-Rússia.
Após os ataques russos da semana passada, milhões de ucranianos ficaram sem energia. Segundo a operadora nacional Ukrenergo, o país ainda enfrentava um déficit de energia em 27% dos domicílios nesta segunda-feira. Além disso, os cortes de emergência continuaram em todo o território.