Europol detalhou que a rede trabalhava com entorpecente da América do SulDivulgação/Europol
'Super cartel' de cocaína é desmantelado pela Europol
Operação resultou na apreensão de 30 toneladas de drogas, além de detenções na Espanha, França, Bélgica e Holanda
A Europol anunciou, nesta segunda-feira, 28, que desmantelou um "super cartel" que controlava um terço do mercado total de cocaína na Europa. Foram 49 presos em vários países, incluindo seis supostos chefes em Dubai.
A operação internacional resultou na apreensão de 30 toneladas de drogas e em detenções na Espanha, França, Bélgica e Holanda, detalhou a agência policial europeia em um comunicado.
A rede trabalhava, principalmente, com cocaína procedente da América do Sul, que chegava à Europa pelos portos de Roterdã (Holanda) e Antuérpia (Bélgica). A Europol especificou que dois dos seis "alvos de alto valor" (HTV) presos em Dubai tinham relações com a França, outros dois, com a Holanda, e dois últimos, com a Espanha.
As prisões foram possíveis, porque, no último ano, a polícia invadiu os celulares da rede dos traficantes, que estavam criptografados, afirmou a agência europeia.
No que diz respeito à Espanha, a Guarda Civil fez incursões em Málaga, Madri e Barcelona simultaneamente, em 8 de novembro. A ação foi após ter encontrado, em março de 2020, 698 quilos de cocaína em um contêiner no porto de Valência (leste).
A investigação da Guarda Civil resultou na prisão de "15 pessoas", disse o órgão de segurança em um comunicado. "Com essa operação, foi alcançado um marco histórico na luta contra o tráfico de drogas global, e a ação realizada em Dubai é inédita".
Os agentes acrescentaram que os suspeitos "se refugiaram com a convicção de se sentirem a salvo de uma possível ação policial".
O líder da organização, um cidadão britânico, fugiu da Espanha para Dubai depois de ter sido vítima de uma tentativa de sequestro e, de lá, "continuou dirigindo e coordenando as atividades criminosas" da quadrilha, explicou o instituto armado.
A cocaína era importada do Panamá e seu fornecedor, um panamenho também radicado em Dubai, "mantinha contatos com os demais barões do emirado", acrescentou.
Os promotores holandeses indicaram que pedirão a extradição dos suspeitos dos Emirados Árabes Unidos. Um dos suspeitos é um homem de 37 anos que tem nacionalidade holandesa e marroquina. Ele foi preso por supostamente importar milhares de quilos de cocaína para a Holanda em 2020 e 2021.
O outro é um homem de 40 anos de nacionalidade holandesa e bósnia. "Um dos holandeses é um peixe extremamente grande", disse uma fonte da Europol, que pediu para não ser identificada.
Os suspeitos do país estariam ligados a Ridouan Taghi, preso em Dubai em 2019 e atualmente em julgamento na Holanda, acrescentou a mesma fonte.
Taghi é acusado de comandar uma quadrilha de tráfico de cocaína em Amsterdã e enfrenta acusações de assassinato, entre outras.