Vítimas apresentavam ferimentos no corpo, no rosto, fraturas nas mãos e nas pernasReprodução

Ao menos 16 pessoas morreram e 24 ficaram feridas nesta quarta-feira, 30, em um atentado contra uma escola muçulmana na cidade de Aybak, no norte do Afeganistão. "São crianças e pessoas comuns", informou um médico do hospital local, que pediu para não ser identificado.
Um funcionário do governo provincial confirmou a explosão, mas não divulgou um número de vítimas. Os talibãs, que geralmente minimizam o número de vítimas, declararam que 10 estudantes morreram e "muitos outros" ficaram feridos.
Segundo o médico de Aybak entrevistado pela AFP, as vítimas apresentam ferimentos no corpo, no rosto, fraturas nas mãos e nas pernas.
As pessoas em estado grave foram transferidas para hospitais mais bem equipados da cidade de Mazar-i-Sharif, a cerca de 100 quilômetros.
"Nossos investigadores e forças de segurança trabalham rapidamente para identificar os perpetradores desse crime imperdoável e puni-los por suas ações", tuitou o porta-voz do Ministério do Interior, Abdul Nafay Takor.
Essa explosão "lembra o mundo que o sofrimento do povo afegão está longe de ter acabado", reagiu em um tuíte a ONG Anistia Internacional.
Desde que o Talibã voltou ao poder, em agosto do ano passado, dezenas de explosões e ataques a civis abalaram o país, a maioria reivindicada pelo braço local do grupo Estado Islâmico (EI-K).

Os talibãs afirmam ter o controle da segurança no país e costumam negar ou subestimar os incidentes denunciados nas redes sociais.
No entanto, analistas consideram que os extremistas do EI — um grupo sunita, como os talibãs, com o qual o Talibã mantém uma profunda inimizade e diferenças ideológicas — continua sendo a principal ameaça para seu regime.
Em 5 de outubro, ao menos quatro pessoas morreram em Cabul em uma explosão em uma mesquita do Ministério do Interior.

Alguns dias antes, em 30 de setembro, um atentado suicida em uma escola de Cabul de pré-vestibular matou 54 pessoas, entre elas ao menos 51 jovens, segundo a ONU.

O atentado ocorreu em um bairro habitado pela minoria xiita hazara. Ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas o governo afegão culpou o EI-K.
Em meados de outubro, as forças de segurança afegãs anunciaram a morte de seis membros do EI-K, acusados de participar desse ataque e do ataque a uma mesquita de Cabul.

No dia 23 de setembro, pelo menos sete pessoas morreram em um ataque com um carro-bomba perto desta mesquita da capital, frequentada por altos funcionários e combatentes do Talibã.