A Guarda Nacional do México tem atuado na busca pelo paradeiro do jornalista sequestrado pelo narcotráfico no fim de dezembroAFP
Dois jornalistas sequestrados no México são libertados, mas um segue no cativeiro
Desde 2000, mais de 150 profissionais de imprensa já foram assassinados pelo narcotráfico no país
Cidade do México - Dois dos três jornalistas sequestrados no México por supostos narcotraficantes no fim de dezembro foram libertados nesta quinta-feira, 12, informaram as autoridades e a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). Jesús Pintor Alegre e Fernando Moreno Villegas foram "encontrados com vida" em um local do estado de Guerrero, no Sul do país, por forças de segurança que trabalhavam em sua busca.
Já o paradeiro do jornalista Alan García Aguilar ainda é desconhecido. Ele foi privado de liberdade em 27 de dezembro junto com Pintor e Moreno, com quem trabalhava no portal de notícias 'Escenario Calentano'. O informe oficial indicou que os dois homens foram liberados graças à pressão de membros da promotoria, do exército e da Guarda Nacional dedicados a buscá-los em um região conhecida como Tierra Caliente, onde opera um grupo criminoso conhecido como Familia Michoacana.
"Foram apresentados em bom estado de saúde à promotoria" dessa região "com os devidos cuidados médicos e psicológicos", acrescentou o comunicado.
"É uma grande notícia, mas seguimos na expectativa da situação de Alan García", comentou à AFP Balbina Flores, representante no México da RSF.
Dias atrás, em um vídeo publicado por desconhecidos nas redes sociais, Moreno e García apareciam acorrentados pelos pés e mãos. O primeiro afirmava que estavam "pagando as consequências das publicações que realizavam" sobre pessoas de Tierra Caliente.
Sobre a costa do Pacífico e um dos estados mais pobres do país, Guerrero é abalado pela violência de grupos que disputam o tráfico de drogas e o cultivo de papoula (matéria prima da heroína) e maconha.
A violência nesse estado piorou nos últimos dias com vários assassinatos, incluindo o de Samuel Buenfil, chefe operacional da polícia de Acapulco, um dos principais destinos turísticos do país.
O México é um dos países mais perigosos do mundo para jornalistas, segundo a RSF, que aponta que, desde 2000, já foram assassinados no país mais de 150 desses profissionais. A maioria desses crimes segue impune.