Além de Sudani, outros dez combatentes do grupo extremista foram mortos, segundo o governo americanoDelil Souleiman/AFP/Arquivo

O líder regional do Estado Islâmico na Somália, identificado como Bilal al-Sudani, foi morto pela tropa de operações especiais dos Estados Unidos nesta quinta-feira, 26. Segundo o Comando Africano dos EUA, a operação não deixou nenhum civil e nenhum soldado americano ferido ou morto.
Além de Sudani, outros dez combatentes do grupo extremista foram mortos durante um tiroteio com as tropas americanas, de acordo com o governo americano. As tropas americanas precisaram descer em um complexo de cavernas no norte da Somália para tentar capturá-los, acrescentou o governo.
Sudani era um alvo da inteligência americana há anos. Segundo as investigações, ele desempenhou um papel fundamental no financiamento de operações do Estado Islâmico na África e com o braço da organização que opera no Afeganistão. Ele também operou no Al-Shabab, outra organização terrorista que opera na Somália como braço da Al-Qaeda.
"Al-Sudani foi responsável por promover a crescente presença do EI na África e por financiar as operações do grupo em todo o mundo, inclusive no Afeganistão", disse o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin III, em um comunicado. "A ação deixa os Estados Unidos e seus parceiros mais seguros e protegidos", acrescentou.
O presidente Joe Biden foi informado na última semana sobre a missão, planejada durante três meses. A aprovação para a realização ocorreu nesta semana, de acordo com dois funcionários que informaram os repórteres sobre a ação sob condição de anonimato.
As autoridades americanas forneceram poucos detalhes sobre as circunstâncias que envolveram a morte de al-Sudani. Segundo um oficial, os EUA pretendiam capturar Bilal al-Sudani, mas isso não se mostrou "viável" quando a operação foi realizada.
A operação ocorreu dias depois que o Comando da África dos EUA disse ter conduzido um ataque coletivo de autodefesa a nordeste de Mogadíscio, a capital da Somália, perto de Galcad. Nesse incidente, as forças do Exército Nacional da Somália estavam engajadas em combates intensos após um ataque prolongado e intenso de mais de 100 combatentes do al-Shabab. Os EUA estimaram que aproximadamente 30 combatentes do al-Shabab foram mortos nessa operação.
A Somália é mais conhecida como base do Al-Shabaab, mas o Estado Islâmico passou a ser mais presente nos últimos anos, assim como em toda África.
Morte de outros líderes extremistas
O Estado Islâmico, que instaurou um regime de terror na Síria e no Iraque antes de ser derrotado, anunciou a morte de seu líder, o iraquiano Abu Hassan al-Hashimi al-Qurashi, no final de novembro de 2022. O porta-voz do EI, Abu Omar al-Muhajir, afirmou em uma mensagem de áudio que o líder foi assassinado ao combater "os inimigos de Deus", mas não deu mais informações sobre as circunstâncias, nem sobre a data de sua morte. Um novo "califa dos muçulmanos", Abu al-Hussein al-Husseini al-Qurashi, foi nomeado, acrescentou o porta-voz. Trata-se do quarto líder da organização.
De acordo com o comando militar dos Estados Unidos no Oriente Médio (Centcom), Abu Hassan al-Hashimi al-Qurashi morreu em meados de outubro do ano passado na província de Daraa, no sul da Síria, nas mãos de rebeldes do Exército Livre da Síria.