Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas, foi preso em Madri, capital da Espanha, nesta sexta-feira (28). Ele possuía um mandado de prisão expedido pela Justiça desde quinta-feira (27). A informação foi publicada pela Polícia Federal.
"A Polícia Federal, por meio de cooperação policial internacional, atuou na prisão do principal foragido da Operação Disclosure, deflagrada nessa quinta-feira (27/6). A prisão foi efetuada pela polícia espanhola na manhã desta sexta-feira (28/6), em Madri, após a inclusão do nome do investigado na lista de Difusão Vermelha da Interpol.
O investigado foi localizado pelo Centro de Cooperação Policial Internacional (CCPI), com sede na Superintendência da PF no Rio de Janeiro.", diz a nota da PF.
Miguel Gomes Pereira Sarmiento Gutierrez e outros ex-executivos da rede varejista são investigados por uso de informações privilegiadas, além de outros delitos investigados na Operação Disclosure. Na ocasião, foram vendidos R$ 287 milhões em ações pouco antes do anúncio, em janeiro do ano passado, da existência de um rombo de R$ 25,3 bilhões no balanço da empresa.
Segundo a investigação que resultou na ação, Gutierrez e Anna Saicali (ex-diretora da empresa) teriam vendido mais de R$ 230 milhões - R$ 171,7 milhões e R$ 59,6 milhões, respectivamente - em ações da Americanas antes de as fraudes contábeis na empresa se tornarem públicas.
O auge das transações ocorreu entre julho e outubro de 2022, afirmam a PF e o Ministério Público Federal (MPF). Os autos da operação apontam que as vendas de ações ocorreram nos seis meses anteriores à divulgação do fato relevante sobre o rombo da Americanas - "responsável por impactar significativamente" o preço das ações da varejista. As operações atípicas chegaram a ser comunicadas à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A PF indica que a "iminente descoberta pelo mercado do rombo nas finanças da empresa", com a troca do CEO da Americanas, em agosto de 2022, levou alguns investigados a fazerem "vendas milionárias de ações, antecipando-se ao fato relevante que geraria o derretimento do preço das ações em janeiro de 2023".
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