Crânio do 'Homem Unicórnio' deixou os cientistas intrigadosWikimedia Commons

Um fóssil enigmático encontrado no norte da Grécia pode mudar a compreensão sobre a evolução humana. Pesquisadores anunciaram a análise de um crânio apelidado de 'Homem Unicórnio', encontrado na caverna de Petralona e apontam que ele pertence ao grupo Homo heidelbergensis, espécie que viveu entre 300 mil e 600 mil anos.
O estudo, publicado no 'Journal of Human Evolution', destaca que o fóssil ocupa "um lugar-chave na evolução humana europeia". A peça intriga cientistas desde a década de 1960, quando foi localizada presa a uma parede da caverna. Novos métodos de datação por série de urânio permitiram estimar sua idade em cerca de 300 mil anos, reduzindo o intervalo anterior, que variava de 170 mil a 700 mil anos.
Segundo os pesquisadores, o crânio não se encaixa entre os neandertais nem entre os Homo sapiens, reforçando a hipótese de que pertence a uma população distinta que coexistiu com os neandertais no Pleistoceno Médio europeu.
Chris Stringer, paleoantropólogo do Museu de História Natural de Londres e um dos autores do estudo, explicou que o fóssil seria de um jovem adulto do sexo masculino. Ele também ressaltou que a descoberta reforça a persistência e convivência dessa espécie com outras linhagens humanas na região.
O Homo heidelbergensis teria surgido na África e migrado para a Europa há cerca de 500 mil anos. A identificação desse crânio como parte do grupo ajuda a esclarecer um mistério de mais de seis décadas, marcado por debates sobre se ele pertenceria ao Homo erectus, aos neandertais ou até a uma forma arcaica de Homo sapiens.
A pesquisa se soma a outras descobertas recentes que apontam para a diversidade de hominídeos pré-históricos. Em 2024, por exemplo, cientistas anunciaram na China a identificação do Homo juluensis, com características próximas às dos Denisovanos.