Londres - A polícia britânica deteve sete pessoas durante buscas em seis locais de Londres, Birmingham e outras partes do Reino Unido, como parte da investigação sobre o ataque ocorrido na última quarta-feira capital inglesa.
Na tarde de ontem, um suposto terrorista atropelou pedestres na Ponte de Westminster antes de bater o carro perto das grades do Parlamento e esfaquear um policial. A premiê inglesa, Theresa May, que estava no Parlamento, precisou ser retirada às pressas do local.
Após informar inicialmente que quatro pessoas haviam morrido no ataque, a polícia britânica revisou hoje o número de mortos para três, incluindo o policial esfaqueado. Mais de 40 outras pessoas ficaram feridas, sete das quais encontram-se hospitalizadas em estado grave.
O agressor foi abatido a tiros no local do ataque.
O atentado de ontem foi o mais grave ocorrido no Reino Unido desde 2005, quando explosões coordenadas por extremistas islâmicos em ônibus e trens de metrô provocaram a morte de 52 pessoas.
Ninguém ou nenhum grupo reivindicou ainda a autoria do ataque. Segundo Mark Rowley, vice-comissário da polícia metropolitana de Londres, autoridades britânicas acreditam que o "agressor agiu sozinho ontem e foi inspirado por terrorismo internacional".
Manhã pós-ataque
Por mais que Londres pareça normal num primeiro momento, com os metrôs e ônibus cheios de trabalhadores indo para seus afazeres, a chegada à região onde estão localizados o Parlamento e a Abadia de Westminster, o centro do poder da Inglaterra, revela que o cenário mudou. O acesso está completamente fechado. Nem carros nem pedestres podem se aproximar do local onde ocorreu ontem o ataque terrorista que matou cinco pessoas e feriu cerca de 40.
Uma estação antes de Westminster, o autofalante do metrô avisa que a entrada e a saída estão proibidas. Na frente da Abadia, jornalistas locais e de vários países procuram o melhor ângulo para suas câmeras fotográficas e de televisão. Vários repórteres estão espalhados pelo chão com blocos de anotação e laptops. E eles não param de chegar.
O relógio do Big Ben, que fica no prédio do Parlamento, funciona normalmente, mas o som de suas badaladas é abafado pelo barulho de helicópteros da polícia e de canais de comunicação que não param de sobrevoar a região. O tráfego aéreo segue normalmente. É possível ver vários aviões já voando baixo na região central em função da proximidade dos vários aeroportos da cidade.
Algumas flores foram deixadas às vítimas a cerca de 30 metros da Abadia, no limite permitido de aproximação. Um papel também foi colocado no local com os dizeres: "Não estamos com medo. Nossos corações estão com vocês." O jornal distribuído no metrô, assim como todas as publicações impressas do país, concederam hoje suas capas ao ataque. "Terror no coração do poder", traz o folhetim gratuito a quem acessa o transporte público.
Reações do governo
O secretário de Estado do Reino Unido, Boris Johnson, escreveu mais cedo em sua conta no Twitter que está com o "coração partido". Na postagem, Johnson também comentou que este não foi o primeiro ataque a Londres ou ao Parlamento e que não será o último, e que os valores do país vão prevalecer.
Johnson aproveitou a rede social para dizer que, apesar de o ataque ter ocorrido na Inglaterra, a luta contra o terrorismo é de todos os países. "Nações de todo o mundo estão enviando suas condolências para nós hoje. Esta é uma luta em que estamos todos juntos", afirmou.
Solidariedade
A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou que "mesmo que as circunstâncias deste ato devem ser ainda esclarecidas com precisão, confirmo em nome da Alemanha e de seus cidadãos a nossa luta contra qualquer forma de terrorismo é firme e decidida ao lado da Grã Bretanha". Merkel ainda acrescentou que "nestas horas, somos solidários com nossos amigos britânicos e com todas as pessoas de Londres.
Já a Casa Branca se manifestou através do porta-voz do governo de Donald Trump, Sean Spicer. O representante confirmou que o presidente conversou por telefone com a premier Theresa May e reafirmou a crença dos norte-americanos de que esse foi um "ato terrorista".
O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, também se manifestou condenando "este horrível ato de violência perpetrado por indivíduos com problemas ou terroristas".
O premier francês, Bernard Cazeneuve, também se manifestou e expressou "solidariedade" aos britânicos neste momento "terrível" e disse que todos os franceses estão "prestando apoio" ao país.
No Brasil, o presidente Michel Temer enviou uma carta na qual prestou condolência ao povo britânico e repudiou os atos violentos ocorridos.
Em carta enviada pelo Palácio do Planalto e assinada por Temer, ele falou em solidariedade ao povo britânico e repúdio a atos extremistas violentos.
“Em nome do povo e do governo brasileiros, e em meu próprio, estendo a Vossa Excelência, e a todos os londrinos e britânicos, nossa mais sentida solidariedade. Nossos pensamentos voltam-se, muito especialmente, para as vítimas e seus familiares. O Brasil associa-se ao Reino Unido e a todos os que compartilham a convicção na força da democracia e repudiam qualquer forma de extremismo violento”, disse a carta divulgada pelo Palácio do Planalto na noite desta última quarta.
Com informações da ANSA e Estadão Conteúdo