Moscou - O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, inicia nesta terça-feira sua primeira visita à Rússia, e o clima não poderia estar menos amistoso. Sua missão é pressionar o Kremlin para que retire seu apoio ao regime da Síria, algo impossível no momento,enquanto os russos lhe pedirão explicações sobre o bombardeio contra o país árabe. Enquanto isso, a Casa Branca avisou que não descarta novas investidas.
“Os Estados Unidos demonstraram completa falta de vontade de cooperar na Síria e de levar em conta interesses e preocupações da Rússia”, cortou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin. O ataque com mísseis Tomahawk contra base aérea do governo sírio foi um golpe baixo para o Kremlin, que não hesitou em tachá-lo de “agressão contra um aliado da Rússia” e de flagrante violação do direito internacional, ao não pedir autorização à ONU, como aconteceu no Iraque em 2003.
“Nós nos dedicaremos a exigir a responsabilidade de todos os que cometam crimes contra inocentes em qualquer parte do mundo”, contrapôs Tillerson. O secretário conclui hoje reunião de ministros de Assuntos Exteriores do G7, o grupo dos sete países mais industrializados do mundo (EUA, França, Reino Unido, Japão, Alemanha, Itália e Canadá). Depois viajará a Moscou.
Rex Tillerson acusou o Kremlin de não evitar o ataque químico presumivelmente cometido pelo regime de Bashar al Assad na terça-feira passada contra a localidade síria de Khan Sheikhoun, onde pelo menos 87 pessoas morreram. “A Rússia se comprometeu a garantir que os arsenais químicos da Síria fossem destruídos. Mas não o fez, e isto permitiu o ataque”, afirmou o secretário de Estado.