Seul - Promotores sul-coreanos indiciaram hoje a ex-presidente Park Geun-hye por uma série de acusações relativas ao escândalo de corrupção que levou ao seu eventual impeachment. O caso já levou ao indiciamento de mais de 30 figuras proeminentes do governo e do setor corporativo da Coreia do Sul, incluindo o herdeiro do grupo Samsung, Lee Jae-yong.
Também nesta segunda-feira, foi indiciado Shin Dong-bin, presidente do conselho de administração do grupo Lotte, o quinto maior conglomerado do país.
Segundo a promotoria, Park teve um papel central no escândalo, que veio à tona em outubro do ano passado após uma emissora local noticiar que a então presidente havia compartilhado documentos confidenciais do governo com uma amiga íntima, Choi Soon-sil. A suspeita é que Choi usou sua amizade com a presidente para interferir em assuntos federais e garantir seu enriquecimento ilícito.
A acusação é que Park, em conluio com Choi, abusou de sua autoridade de presidente para obter 77,4 bilhões de wons sul-coreanos (US$ 68 milhões) de 18 conglomerados, incluindo Samsung e Lotte. O montante teria sido doado a duas entidades ligadas a Choi. A investigação aponta ainda que os conglomerados receberam favores políticos apoiados por Park.
A Assembleia Nacional da Coreia do Sul aprovou o impeachment de Park em dezembro. No mês passado, o Tribunal Constitucional confirmou o afastamento da então presidente e a destituiu de imunidade em processos criminais.
As acusações formais preparam o terreno para o julgamento de Park, que deverá começar nas próximas semanas. A ex-presidente poderá ficar em prisão preventiva por até seis meses, enquanto o processo judicial se desenrola.
No dia 9 de maio, a Coreia do Sul realiza nova eleição presidencial