São Paulo - Em depoimento ao Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos nesta terça-feira, o ex-diretor da Agência Central de Inteligência (CIA, na sigla em inglês), John Brennan, reiterou a afirmação que os russos se intrometeram nas eleições americanas e afirmou que as agências estão mais preocupadas após terem recebido informações de que sócios do presidente Donald Trump entraram em contato com autoridades da Rússia durante a campanha presidencial de 2016.
Segundo Brennan, a Rússia interferiu "descaradamente" nas eleições presidenciais de 2016. Ele revelou que ligou para o líder do serviço de inteligência russo, Alexander Bortnikov, em agosto do ano passado, e ouviu de Bortnikov que as acusações eram falsas.
A afirmação dá suporte à investigação que vem sendo realizada pela Agência Federal de Investigação (FBI, na sigla em inglês) sobre um possível conluio do republicano com os russos. Brennan, que chefiou o órgão durante a administração de Barack Obama, disse não saber a natureza desses contatos, mas garantiu que eles ocorreram.
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Também nesta terça-feira, o diretor de Inteligência Nacional, Dan Coats, prestou depoimento para o Comitê de Serviços Armados do Senado. Ele se recusou a comentar sobre um suposto pedido de Trump para que ele afirmasse publicamente que não houve conluio com os russos, como reportado ontem pelo jornal The Washington Post. "Sobre esse tópico, assim como outros, eu não acredito que seja apropriado caracterizar discussões, conversas com o presidente", justificou.
Coats também afirmou não saber de nada quando foi perguntado se Trump havia pedido ao ex-diretor do FBI, James Comey, para que aliviasse as investigações sobre o ex-conselheiro de segurança do presidente, Mike Flynn.
Flynn renunciou em fevereiro deste ano, após revelações de que ele teria discutido sanções impostas pelos EUA à Rússia com o embaixador russo em Washington antes da posse de Trump. e de que teria dado informações equivocadas ao vice-presidente, Mike Pence, sobre essas conversas.