Londres - A polícia britânica deteve neste domingo um homem de 25 anos supostamente relacionado com o atentado terrorista ocorrido na segunda-feira passada em Manchester, o que eleva a 12 o número de suspeitos detidos.
A polícia de Grande Manchester disse que a última detenção foi realizada na área de Old Trafford, onde fica o estádio do Manchester United, e apontou que ainda está sendo inspecionada uma casa na zona de Moss Side, que no sábado foi desalojada provisoriamente como medida de precaução.
Um total de doze homens com idades entre 18 e 44 anos são interrogados pela polícia como parte das investigações sobre o atentado de segunda-feira na Manchester Arena, que deixou 22 mortos e 64 feridos.
Entre eles está Ismail Abedi, irmão do terrorista suicida Salman Abedi, um britânico de origem líbia de 22 anos que detonou uma bomba de fabricação caseira na saída de um show da cantora americana Ariana Grande. Também foram detidos na Líbia outro irmão do autor, Hashim, e o pai, Ramadan, supostamente vinculado a um grupo islamita.
A Polícia investiga também a suposta rede que apoiou Salman Abedi para perpetrar o ataque, que foi reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico.
Neste domingo foram divulgadas duas imagens de Abedi captadas antes que cometesse o atentado, nas quais ele aparece vestido com um boné e carregando uma mochila. A polícia pede aos cidadãos que contribuam informação relevante.
A ministra britânica do Interior, Amber Rudd, disse à emissora de televisão pública britânica "BBC" que a operação policial para desmantelar a rede de apoio do terrorista suicida segue "em plena vapor" e que ainda sao procurados possíveis cúmplices.
Rudd apontou que "potencialmente" ainda restam suspeitos soltos, enquanto a polícia interroga os 12 detidos, ao mesmo tempo que afirmou que "enquanto a operação não tiver concluído, não é possível estar certo que acabou".
A ministra revelou que o governo britânico já utilizou algumas controversas medidas para impedir a entrada de cidadãos com possíveis vínculos extremistas ao Reino Unido, mas que não detalhou quantas vezes ou com que efeito.
De acordo com Rudd, o serviço de contra-espionagem MI5 investiga atualmente cerca de 500 possíveis esquemas terroristas, assim como uma lista de tres mil indivíduos considerados de risco e outros 20 mil classificados como menos perigosos.
Grande Corrida tem homenagens
Atletas de 178 países e milhares de corredores anônimos participaram neste domingo da Grande Corrida de Manchester, primeiro evento com alta concentração de público realizado na cidade desde o atentado ocorrido na segunda-feira, durante apresentação da cantora americana Ariana Grande.
Na principal prova do dia, a meia-maratona, os grandes vencedores foram o americano Dathan Ritzenhein e a etíope Tirunesh Dibaba, que em 2016 ficou com a medalha de bronze na prova dos 10 milmetros dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
A maioria dos participantes, no entanto, disputou a corrida de rua com distância de 10 quilômetros. Eram anônimos, alguns ostentando cartazes, com mensagens de apoio a Manchester e de solidariedade às famílias das vítimas do atentado do início da semana.
Antes da largada, foi feito um minuto de silêncio pelos 22 mortes, seguido por forte aplauso destinado aos integrantes do serviço de emergência da cidade, que ajudou no atendimento aos 64 feridos em decorrência da ação do terrorista suicida Samal Abedi, na Manchester Arena.
Além disso, foi executado nos alto-falantes instalados para a prova, a música "Don't Look Back in Anger", da banda britânica Oasis, que já havia sido cantada, de forma espontânea, na última quinta-feira, durante ato de homenagem às vítimas.
Muitos espectadores ainda usavam fitas amarelas e fizeram diversos tipos de menção, em roupas, cartazes, à abelha operária, que é um dos símbolos da cidade de Manchester.
"Todos estamos aqui pela mesma razão. É um ato de desafio, de solidariedade. É uma comunidade que se une para compartilhar a dor, para dizer que Manchester não será derrotada pelo terrorismo", disse Richard Leese, líder do conselho municipal.