Por rodrigo.sampaio

Londres - Vinte e uma das 48 pessoas hospitalizadas pelo atentado de Londres no sábado se encontram em estado "crítico", informou neste do domingo o Serviço Nacional de Saúde da Inglaterra (NHS England).

O NHS England informou que dos 48 feridos, 36 permanecem em hospitais, incluindo o King's College Hospital, que foi visitado pela primeira-ministra Theresa May.

Além disso, a polícia explicou que os agentes precisaram da quantidade "sem precedentes" de 50 balas para matar os três autores do atentado.

Segundo Serviço de Saúde da Inglaterra%2C 21 pessoas estão internadas em estado críticoDaniel SORABJI / AFP

"Oito oficiais deram 50 tiros", afirmou à imprensa Mark Rowley, comandante da unidade antiterrorista da polícia britânica, que considerou a quantidade como "sem precedentes".

Um civil foi atingido por um tiro da polícia, segundo Rowley, mas não se encontra em estado grave. Um agente fora de serviço também ficou ferido no atentado e "permanece no hospital", mas sua vida não corre perigo, de acordo com o comandante.

Rowley disse que a polícia está cada vez mais convencida de que o atentado foi "cometido por três indivíduos" e que não há cúmplices que fugiram do local.

Três homens atropelaram com uma van os transeuntes na famosa London Bridge, antes de descer do veículo e esfaquear várias pessoas no Borough Market, em uma área de bares e restaurantes ao redor de um mercado.

O ataque deixou sete mortos, além dos agressores, e 48 feridos que foram levados para hospitais. Trinta e seis continuam internados, 21 deles em estado grave. 

Londrinos tentaram deter agressores com o que tinham em mãos

Algumas testemunhas do atentado de sábado em Borough Market, em Londres, arriscaram a vida tentando conter os agressores com o que tinham à mão.

Gerard Vowls, de 47 anos, que tinha acabado de assistir a final da Champions League de futebol no pub Ship, explicou ao jornal The Guardian que viu os agressores esfaqueando uma mulher cerca de 10 ou 15 vezes.

"Ela dizia: 'me ajuda', 'me ajuda', e eu não pude fazer nada", lamentou. Vowls lançou cadeiras, copos e garrafas nos agressores para tentar afastá-los da mulher. 

"Sei que o que fiz foi insensato, mas estava tentando salvar vidas", disse.

O taxista Chris estava na ponte London Bridge quando os autores do atentado atropelaram os transeuntes com sua van branca, antes de se dirigirem aos bares da zona armados com facas.

"Vi como esfaqueavam uma menina no peito", disse à rádio LBC.

"Disse ao passageiro que estava no meu táxi que ia tentar atingir" um dos agressores. "Ia tentar atropelá-lo. Girei e tentei, mas ele escapou", acrescentou.

Os três agressores acabaram abatidos, depois de matar sete pessoas e ferir 48.

Florin, um trabalhador romeno de uma padaria da região, divulgou um vídeo em que aparece armado com um pedaço de pau indo de um lado a outro em Borough Market, gritando insultos e contando a seus colegas que jogou uma cesta na cabeça de um dos agressores, deixando-o aturdido. 

Eficácia policial

Um taxista, Aksha Patel, disse à Sky News que uma passageira lhe contou que bloqueou com o próprio corpo a porta do restaurante Black and Blue para impedir a entrada de um agressor, durante tempo suficiente para permitir que as pessoas saíssem pela porta de trás, até que finalmente teve que sair correndo.

"As pessoas conseguiram escapar, ela salvou umas 20 vidas", disse o taxista.

Honesto foi o gesto de Richard Angell, que voltou neste domingo para pagar a conta e deixar gorjeta no restaurante do qual saiu correndo. 

"Tinha que pagar a conta", contou ao Buzzfeed News. "Cuidaram de nós quando tinham que estar cuidando de si próprios".

Lewis Bennet, de 39 anos, narrou ao The Guardian a eficácia da polícia ao acabar com um dos agressores no pub em que ele estava. Em apenas oito minutos desde que receberam o primeiro aviso, os agentes perseguiram e mataram os três autores do atentado.

"No início o agressor não fez nada, ficou ali em pé durante uns 10 segundos", disse Bennet.

"Mas então pegou a faca e começou a esfaquear as pessoas que estavam perto dele, no estômago e nas pernas", acrescentou. "Gritava 'Alá é grande', 'Alá é grande', tinha sotaque britânico".

Dois policiais entraram pela porta dos fundos. O agressor se lançou sobre um dos dois, mas seu companheiro se ajoelhou e disparou dois tiros, matando-o.

"Morreu ali, no chão do pub", lembrou.

Você pode gostar