Caracas - Opositores venezuelanos bloquearam nesta segunda-feira as ruas em diversas cidades do país para promover o que chamam de ofensiva final contra o presidente Nicolás Maduro: um plebiscito que realizarão no domingo contra a Assembleia Constituinte convocada pelo mandatário.
Com cordas, veículos e barricadas de árvores e de lixo, grupos de opositores participam do "grande bloqueio", que já dura dez horas, para aumentar a pressão contra o governo e impulsionar a consulta.
"Este povo está decidido a continuar a luta pela liberdade. No domingo haverá o ato de desobediência civil mais importante da história da Venezuela", declarou Freddy Guevara, vice-presidente do Parlamento, de maioria opositora, em um bloqueio no leste de Caracas.
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À margem do poder eleitoral, ao qual acusa de servir ao governo, os opositores realizarão um plebiscito simbólico, confiantes de que a votação mostrará uma rejeição em massa à Constituinte convocada por Maduro para, segundo eles, perpetuar-se no poder.
Animados com a transferência de Leopoldo López da prisão, após três anos e cinco meses, para cumprir pena domiciliar, os opositores dizem que continuarão nas ruas contra a Constituinte, pela libertação plena de 431 "presos políticos" que dizem haver na Venezuela e pela saída de Maduro.
"A (soltura) de Leopoldo é um passo, temos que continuar por todos os presos e até que haja eleições gerais. Este governo quer nos matar de fome. No domingo verá que não tem apoio. Aqui não há medo", disse Miguel Vielma, universitário de 18 anos.