Beirute - A ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) afirmou nesta terça-feira que fontes do Estado Islâmico (EI) confirmaram a morte do líder do grupo extremista, Abu Bakr al-Bagdadi.
Questionada sobre este anúncio, a coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos afirmou não estar em condições de confirmar a informação. "Autoridades do EI presentes na província (síria) de Deir Ezor confirmaram ao OSDH a morte de Abu Bakr al-Bagdadi, emir do EI", declarou à AFP o diretor da ONG, Rami Abdel Rahman. "Nós tomamos conhecimento hoje, mas não sabemos quando e como ele morreu", acrescentou.
Se confirmada, a morte de Baghdadi seria um novo severo golpe ao grupo extremista sunita, que acaba de ser expulso de Mossul, seu último grande reduto urbano no Iraque, e é alvo de uma ofensiva da aliança árabe-curda no seu principal reduto sírio de Raqa.
Baghdadi "estava na província de Deir Ezzor", no leste da Síria, nos últimos meses, segundo Abdel Rahman, que ressaltou, porém, que não estava claro se ele havia sido morto nesta região ou em outro lugar.
A província de Deir Ezzor permanece em grande parte controlada pelo EI, embora a organização continue a perder terreno no país e também no vizinho Iraque. Até o momento, o EI não confirmou nem negou oficialmente a informação em seus canais de comunicação habituais.
A Rússia afirmou em 22 de junho que muito provavelmente havia matado Abu Bakr al-Baghdadi em um ataque aéreo em 28 de maio próximo de Raqa, no norte da Síria. Mas esta informação não foi confirmada por nenhuma outra fonte.
Em reação ao anúncio do OSDH, o porta-voz americano da coalizão internacional, o coronel Ryan Dillon, indicou que não podia confirmar a informação, mas espera que seja verdade". A morte de Baghdadi tem sido alvo de muitos rumores nos últimos anos.
O chefe do EI fez sua única aparição pública, em julho de 2014, na mesquita Al-Nuri, em Mossul. Os jihadistas destruíram a mesquita e seu minarete inclinado recentemente ante o avanço das forças iraquianas na cidade, cuja vitória foi proclamada oficialmente no último final de semana.
Abu Bakr al-Baghdadi não dava sinais de vida desde uma gravação de áudio divulgada em novembro, logo após o lançamento da ofensiva em Mossul. No áudio ele exortava seus homens a lutar até o martírio.
O terrorista teria deixado a cidade no início do ano, provavelmente para a fronteira entre o Iraque e a Síria.