Teerã - Ao menos cinco pessoas morreram e mais de 30 ficaram feridas nesta quarta-feira em dois ataques em Teerã, reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI), cometidos em dois locais altamente simbólicos: o Parlamento e o mausoléu do aiatolá Khomeini, fundador da República Islâmica do Irã.
O grupo Estado Islâmico (EI) reivindicou a autoria por meio de sua agência de propaganda: "Combatentes do EI atacaram o mausoléu Khomeini e o prédio do Parlamento em Teerã", afirmou a Amaq, que citou uma "fonte de segurança".
Quatro homens armados invadiram o Parlamento, no centro da capital iraniana matando duas pessoas, entre elas um segurança. Um dos criminosos detonou explosivos presos ao corpo no quarto andar do edifício, durante a intervenção da polícia.
Durante o ataque, um dos agressores seguiu para avenida ao lado da Câmara dos Deputados e abriu fogo contra os transeuntes. As forças de segurança atiraram e o homem retornou para o edifício.
Apesar do ataque, os deputados não interromperam a sessão, comandada pelo presidente do Parlamento, Ali Larijani, que denunciou que "terroristas covardes" cometeram uma "ação menor".
Outro atentado coordenado aconteceu quando vários homens armados invadiram o mausoléu do aiatolá Ruhollah Khomeini, que fica a 20 km de distância, na zona sul de Teerã.
Um funcionário do mausoléu afirmou que "três ou quatro" pessoas entraram pelo acesso oeste do edifício e abriram fogo. Eles mataram um jardineiro e feriram várias pessoas, de acordo com a agência FARS.
Dois agressores - um deles uma mulher - detonaram cargas explosivas do lado de fora do monumento, segundo as agências de notícias.
Os serviços de emergência receberam 33 pessoas e informou que duas pessoas não resistiram aos ferimentos.
Reunião urgente
As agências de notícias divulgaram nas redes sociais imagens dos ataques. Uma das fotografias mostra uma cabeça decapitada, apresentada como a de um dos terroristas do ataque no mausoléu.
Equipes das forças de segurança foram enviadas para as áreas ao redor dos locais atacados. Estações de metrô foram fechadas.
- Estado Islâmico reivindica autoria dos ataques de Londres
- Vítimas de ataque terrorista em Londres estão em estado crítico
- Ataque aéreo russo destrói comboio com 120 membros do Estado Islâmico
- Fotógrafa ferida em acidente com carro da Tuiuti está em estado grave
- Estado Islâmico proíbe 'soldados' de usarem redes sociais
O ministro do Interior, Abdolreza Rahmani Fazli, convocou uma reunião urgente do conselho nacional de segurança, de acordo com agência ISNA. O Serviço Secreto informou que outro grupo de "terroristas" foi neutralizado em Teerã antes de passar à ação.
Atentados deste tipo são raros em Teerã. Os últimos aconteceram nos anos 2000, executados em sua maioria pela organização armada Mujahedines do Povo.
Apesar de alguns ataques em regiões próximas às fronteiras com Iraque, Afeganistão e Paquistão, executados por grupos jihadistas, entre eles o EI, os grandes centros urbanos do Irã haviam permanecido à margem deste tipo de violência até agora.
O Irã tem um papel importante na luta contra os grupos rebeldes, incluindo o EI, no Iraque e na Síria. O grupo extremista divulgou em março um vídeo em persa no qual afirmava que o grupo iria "conquistar o Irã e devolvê-lo à nação muçulmana sunita", provocando um banho de sangue entre os xiitas.