Washington - Depois de quase ter sido jogada no lixo, a sacola que Neil Armstrong usou para coletar as primeiras amostras do terreno lunar será posta à venda semana que vem, avaliada entre 2 milhões e 4 milhões de dólares (quase R$ 13 milhões). Traços de poeira lunar e pequenas pedras ficaram grudadas na bolsa, único artefato da missão Apolo 11 que é propriedade particular, informou a Sotheby’s. O leilão acontece dia 20, 48º aniversário do primeiro pouso na Lua.
“Isso é muito raro!”, disse Cassandra Hatton, vice-presidente e especialista sênior encarregada da venda. “Algo usado pelo primeiro homem, na primeira missão para coletar amostras. É notável”, vibrou.
Armstrong coletou pó e fragmentos de rochas de cinco lugares diferentes da Lua. Dada sua natureza ainda desconhecida, a bolsa de descontaminação foi usada para minimizar qualquer risco potencial que as amostras pudessem trazer ao astronauta.
Assim que a Apolo 11 voltou à Terra, quase todo o equipamento da missão foi enviado ao Museu Smithsonian, em Washington, mas um erro de inventário deixou a sacola de fora. Ela ficou abandonada numa caixa no Centro Espacial Johnson. A caixa seria jogada no lixo, mas foi oferecida a um colecionador dono de um museu espacial no Kansas, que guardou-a sem saber de sua nobre origem.
Quando o colecionador foi condenado por roubo, fraude e lavagem de dinheiro, o FBI leiloou a caixa e outros pertences, em busca de restituição financeira. Ela foi a pregão quatro vezes até ser vendida a uma advogada de Illinois, em 2015, por 995 dólares.
Quando percebeu os resquícios na sacola, ela enviou a bolsa para ser testada na Nasa, que confirmou em 2016 se tratar de poeira lunar no local de pouso da Apolo 11. Uma longa batalha legal acerca da propriedade do objeto se seguiu, e um juiz federal obrigou a Nasa a devolver a bolsa à advogada — que enfim vai leiloá-la.